Opinião

A Missão Impossível

O jornal Sol, um semanário do continente conhecido pela sua tendência de direita alinhado com o PSD e com Passos Coelho, publicou recentemente um artigo que ensombrou por completo o PSD-Açores e Duarte Freitas. Em pleno Verão e a três meses das eleições regionais os raios do Sol esturricaram totalmente as expectativas que o PSD-A penosamente vinha construindo. Não é comum um jornal do continente ser tão corrosivo e contundente na apreciação do desempenho de um projeto nas ilhas, ainda mais sendo este da mesma área política da do semanário em causa. Reportando-se a uma análise sobre a pré campanha na Região, o artigo inicia-se com um título assassino “PS Açores a caminho de nova vitória” e prossegue com uma verdadeira entrada a matar “No PSD, há cada vez mais quem acredite que a missão de Duarte Freitas é quase impossível”. O artigo contém fortes críticas à estratégia de pré campanha do PSD-A, salientando mesmo a desunião, a falta de modernidade e de inovação no discurso e nas bandeiras eleitorais. É ainda realizada uma comparação com a campanha do PS-Açores, com grande destaque para a renovação do projeto do PS e para a proximidade de Vasco Cordeiro com os eleitores. Para quem acompanhe com alguma atenção a política regional o artigo do Sol vem confirmar o que muitos já referiram. O PSD de Duarte Freitas começou bem, com um discurso positivo e mobilizador mas acabou mal e a cometer os mesmos erros do passado. O PSD perdeu a sua identidade reformista e mobilizadora e caiu na armadilha do desespero. É do deita abaixo, define-se pela negativa, é incapaz de transmitir uma ideia de esperança e de projetar otimismo sustentado. Se as coisas já estavam mal paradas pior ficaram nos últimos dias perante a guerra civil que se instalou em várias estruturas de ilha do PSD, por causa das listas de candidatos a deputados. O PS Açores não deve embandeirar em arco e assumir qualquer tipo de triunfalismo. Esta nunca foi a atitude do PS. Em democracia nunca há vitórias antecipadas. As próximas eleições são difíceis para o PS. A forte presunção de vitória pode desmobilizar setores muito importantes do eleitorado. Mas realisticamente há quem esteja bem pior. Há quem tenha uma missão impossível pela frente.