Opinião

O vértice-Dia da Região

A vigência do DR n.º 13/80/A, de 21 de agosto instituiu o Dia da Região, ou seja, a açorianidade e a autonomia como vértice do tripé formado pelo povo açoriano, a sua história e o seu futuro. A maturidade autonómica revela-se no quotidiano da nossa força telúrica, no sentido estratégico e na leitura da realidade que requer continuamente mais desenvolvimento. O dia (do gregodía=através de) carrega esta boa etimologia, a claridade, a lucidez associada à segunda-feira do Espírito Santo, principal festividade do povo açoriano. Nesta feliz conjugação, cabe ao poder político o movimento da ponderação permanente e o esforço pelo desenvolvimento da unidade regional. Conseguir equilíbrios nos desequilíbrios do nosso tempo é tarefa difícil. Os Açores não estão imunes à globalização que unifica e segmenta. Nesta dualidade emergem as dificuldades que impõem pensamento social. Apesar disso, como açorianos somos privilegiados resilientes. Privilegiados pelas ilhas em que vivemos, resilientes pelo modo como a “genealogia da nossa história” invariavelmente nos ajudou a ultrapassar obstáculos. Politicamente, a autonomia é o nosso credo filosófico e social. O edifício autonómico consolida-se com justiça social, igualdade e vigilância/rebate permanentes aos eternos corsários centralistas das cobiças e invetivas. Entre nós, justamente reivindicando solidariedade nacional e europeia cimentamos a unidade regional com ideias-missão em cada momento. Educação social, emancipadora e pragmática, ciência e a sua “filha” tecnologia, e, emprego baseado numa “economia cooperativa”, são alguns dos pilares da força da autonomia social, fundacionais da justiça, solidariedade e igualdade. O mar como fronteira que nos isolou, perpétuo inspirador de pensadores, “sangue salgado dos açorianos”, começa a ser plataforma de cruzamento de saberes e Atlântico de oportunidades. Porventura, após os ditos ciclos da urzela, pastel, trigo, álcool, laranja, vinha, e mais recentemente, da vaca e turismo, precisamos, presentemente, preparar e promover a “epopeia” da defesa e heurística ou descobrimento do NOSSO MAR. Desafio exigente nas dimensões política, científica e de direito público internacional, o mar que nos religa é um poderoso ingrediente da força da nossa pegada autonómica. Como vértice clarificante da nossa autonomia,o Dia da Região convoca-nos a elevar os Açores, hoje e SEMPRE.