Opinião

O Falhanço

O atual presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada foi eleito com base numa cedência ao populismo antipolítica. O Dr. Bolieiro, político com dezenas de anos de atividade, surgiu aos olhos dos eleitores como o portador de uma “pureza” demagógica que tem vários seguidores no seu partido. O Dr. Bolieiro autointitulou-se o “amigo” dos seus concidadãos e afirmou-se como o candidato da “ética”, da “verdade” e da “seriedade”. Ele não fazia promessas como outros candidatos, ele assumia compromissos. Ele não era o candidato do PSD de Passos Coelho, ele era um autarca que prometia “uma nova forma de fazer política”. Recentemente o presidente Bolieiro atingiu a primeira metade do seu mandato. Este é o momento ideal para se proceder a um balanço intercalar com base num critério justo e adequado: o apuramento do cumprimento do próprio manifesto eleitoral do Dr. Bolieiro, organizado em cinco eixos e perfazendo um total de quase 70 medidas.– convém referir que o documento é, até à divulgação deste artigo, muito difícil de obter. A primeira conclusão a retirar é que os compromissos eleitorais do atual presidente da Câmara de Ponta Delgada foram remetidos para o esquecimento. É muito estranho que quem afirmou que não fazia promessas, mas apenas assumia compromissos relegue o seu manifesto para a clandestinidade. Decorrido mais de metade do seu mandato, o presidente Bolieiro cumpriu pouco mais de um quarto do seu manifesto. É por isso que o Dr. Bolieiro esconde o seu manifesto eleitoral. Estamos perante uma clara tentativa de esconder o enorme incumprimento do prometido. O Dr. Bolieiro pode tentar ocultar o seu manifesto eleitoral mas não pode fugir do verdadeiro falhanço que representa a não concretização dos seus compromissos. Do ponto de vista do desenvolvimento que caberia ao Município de Ponta Delgada promover, é impossível esconder que a cidade e o concelho estão paralisados por uma gestão fraca e incapaz de cumprir a prometida “nova forma de fazer política”. Sobrarão as velhas formas de justificar os fracassos. É só uma questão de tempo.