Opinião

Lucidez e diálogo

Os agentes do sistema político têm a obrigação de estar focados no que realmente interessa, as pessoas e o desenvolvimento sustentável da sociedade em que desempenham essa atividade. Esta frase soa a um cliché circunstancial recorrente, mas em boa verdade continua a ser muito pertinente, sobretudo nos dias de hoje. A verdade é que vivemos na época dos fluxos comunicacionais rápidos e permanentes. Tudo é visto de forma superficial. Numa correria desenfreada. Todos sabem tudo sobre tudo. Temos peritos e especialistas em todas as áreas que, em poucos minutos, definem como deveria ser um porto, um cais, um modelo de transportes aéreos ou marítimos ou o projeto de uma infraestrutura de grande complexidade. Vivemos na época em que são mais importantes as perceções que se conseguem criar, do que a própria realidade. São mais importantes os ‘fait-divers’ e as questões menores e inconsequentes do que o que realmente interessa, como ter um futuro melhor, como garantir mais qualidade de vida, como garantir a sustentabilidade social e financeira do médio prazo. É nisso que temos de nos concentrar. É isso que a grande maioria das pessoas espera de quem tem responsabilidades políticas. É por isso, que iniciamos agora mais um processo de análise e trabalho em torno do Plano de Investimentos e do Orçamento para 2016, promovendo um conjunto de encontros e de reuniões de trabalho com os vários parceiros sociais nos Açores e com organizações e instituições que se debruçam sobre os vários setores das políticas públicas na Região. O diálogo e a concertação são uma obrigação. Iniciamos este período até à aprovação final do Plano de Investimentos Públicos e Orçamento dos Açores para 2016 com total abertura para ouvir as preocupações das instituições e das pessoas e com a grande lucidez de quem está focado no que realmente interessa. Não fazê-lo, é não estar à altura do momento. Não fazê-lo, é não respeitar aqueles que nos elegeram. Aqueles que quiserem continuar a assentar a sua ação política num contributo permanente para a degradação do debate político, para os incidentes, para as especulações insidiosas ou para os ataques pessoais infundados, que aliás foram outra vez penalizados nas últimas eleições nos Açores, esses ficarão a falar sozinhos. Os tempos exigem muito e, estou certo, as pessoas esperam muito do Partido Socialista dos Açores. Ao trabalho, rumo à consolidação de um novo ciclo de desenvolvimento nestas nove ilhas extraordinárias.