Opinião

Os que resolvem e os que fingem querer resolver

Debatemos no plenário de maio da Assembleia Legislativa da região Autónoma dos Açores a questão das acessibilidades à Ribeira Quente, despoletada pela entrega de uma petição com perto de 1.000 assinaturas de Povoacenses. Esta é uma questão que sempre preocupou o PS e a prova disso são os estudos técnicos que foram elaborados e que chegaram à conclusão que uma via alternativa de acesso à Ribeira Quente não era viável. É verdade que o Partido Socialista chegou a assumir o compromisso de concretizar esta via alternativa mas, face à inviabilidade do investimento ditada pela realidade, teve de tomar uma posição. A de não construir uma via alternativa de acesso à Ribeira Quente. Esta não terá sido uma decisão fácil, mas foi necessária. A alternativa foi então, numa primeira fase, intervir nos taludes de segurança da estrada existente, investindo mais de 600 mil euros em 2013. A segunda fase de intervenção naqueles taludes está já prevista para o segundo semestre deste ano, com um montante global de 1,245 milhões de euros. Este investimento vem, previsto na Carta Regional de Obras Públicas dos Açores, vem dar resposta aos anseios dos peticionários, pois constitui uma solução por eles ambicionada. O facto de terem ocorrido nas últimas semanas chuvas consideráveis, sem terem decorrido desabamentos, atesta que os trabalhos estão a ser bem-feitos. A realidade é que nunca poderemos eliminar por completo a hipótese de derrocadas nos Açores. Quem o disser está a mentir. O que podemos fazer é minimizar os riscos das estradas existentes. E é aqui que o PS e o PSD divergem. É que enquanto o PS trabalha para encontrar as melhores soluções para os Açorianos – neste caso, os Povoacenses – o PSD tenta lançar a confusão, procurando fazer parecer que estes são problemas de fácil solução, que nada está a ser feito ou que há promessas por cumprir. É a diferença entre quem quer resolver os problemas (o PS) e quem finge querer resolver (o PSD). Ao longo das audições efetuadas pelos deputados aos peticionários e governantes locais, ao longo do plenário e mesmo até posteriormente, em crónicas de opinião, o que assistimos foi a um PSD que prefere fingir que é muito responsável, que aborda as acessibilidades à Ribeira Quente de forma simplista ou que procura lançar um alarmismo desmesurado. Tudo com o objetivo de “fazer mossa” ao Governo dos Açores ou com o intuito de obter ganhos político-partidários. Desde 1997, a tragédia que assolou a Ribeira Quente, ninguém pode dizer que os Governos do PS nada fizeram. Desde então, o Governo dos Açores investiu na Ribeira Quente mais de 30 milhões de euros: na orla costeira, em habitações, nas margens da ribeira, nos taludes da estrada, no porto e no heliporto. Estas três últimas infraestruturas são o garante de que a Ribeira Quente está hoje mais segura, porque tem uma estrada mais estabilizada, porque conta com um moderno porto em que podem atracar navios de socorro e porque dispõe de um heliporto onde podem aterrar os meios de evacuação da Força Aérea. Os Povoacenses sabem bem que podem contar com o Governo dos Açores dos Açores e com o PS para continuar a zelar pela máxima segurança dos Povoacenses e dos Açorianos.