A 18 de Junho de 2014, o Presidente do Governo Regional dos Açores apresentou publicamente o novo modelo de ligações aéreas entre a Região e o Continente, cuja entrada em vigor ocorreu a 29 de Março passado.
No que toca à Ilha de São Miguel, a nova regulamentação das ligações aéreas impôs uma grande redução no preço da tarifa máxima, que não poderá custar ao passageiro mais de 134 euros, e simultaneamente a liberalização das rotas com o Continente. Na prática estas regras permitiram a entrada em operação das transportadoras aéreas de “low-cost”.
Qualquer pessoa compreendeu que ambas as alterações representariam grandes desafios e enormes oportunidades para a nossa economia.
Os empresários ligados ao turismo e a outras atividades complementares reagiram prontamente às novas circunstâncias, preparando-se com grande dinamismo para o esperado aumento dos fluxos turísticos.
Quem ficou 279 dias totalmente alheio à nova realidade foi o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Só a 24 de Março é que o Presidente José Bolieiro reuniu com a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada com o objetivo de “concertarem estratégias para o impacto que a vinda das lowcost terá em Ponta Delgada”.
Inacreditável! O responsável pela autarquia que detém o maior e mais moderno parque hoteleiro dos Açores, e a maioria das empresas ligadas ao turismo, aguardou que faltassem cinco dias para o início da operação das low-cost para “concertar estratégias”.
Este encontro não é apenas demonstrativo da forma como o maior concelho dos Açores é gerido. É também uma iniciativa que revela a consciência pesada de um responsável político que não teve iniciativa para realizar atempadamente um trabalho da sua responsabilidade.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada agiu tardiamente e a reboque dos acontecimentos. José Bolieiro acordou tarde e a más horas para um desafio em que devia ter sido resoluto a tomar a dianteira.
Este caso é absolutamente esclarecedor. É mais um exemplo da apatia e da paralisação da gestão municipal de José Bolieiro.