Opinião

Desconhecimento ou Copianço!

Os Açores têm feito um caminho muito importante no desenvolvimento do Empreendedorismo. Instrumentos como o Empreende Jovem, o programa de apoio ao Microcrédito, os cursos de empreendedorismo ou o Fundo Regional de Capital de Risco são contributos importantes das entidades públicas para uma actividade empresarial privada dinâmica e viável. Além destas propostas, recentemente aprovamos, também, a criação de um ninho de empresas agrícolas através de centros de promoção e consolidação de empresários agrícolas, que poderá ter um papel relevante na reorganização e sistematização necessárias no futuro, nestes sectores. No caso do Empreende Jovem, programa reformulado recentemente, foram já apresentadas 86 candidaturas representando um investimento total de quase 15 milhões de euros. Deste volume de candidaturas, encontram-se já aprovados 43 projectos num total de investimento que ascende a mais de 7 milhões de euros. São números significativos, num cenário de crise e de uma conjuntura económica e financeira desfavorável. É inegável o papel crucial que o sector privado tem no nosso crescimento económico e no aumento de riqueza. Devemos, por isso, continuar a ser dinamizadores e facilitadores de investimentos privados, que deixem riqueza e valor acrescentado nos Açores. É inegável a evolução do sector privado na Região. Basta referir que, há cerca de 15 anos, por cada 2 funcionários públicos, existiam 3 funcionários no privado. Hoje, por cada 2 funcionários públicos, existem 6 no privado. Este caminho deve continuar, de forma consistente, inovadora e com visão de médio longo prazo. Mas o Empreendedorismo não deve estar circunscrito à actividade empresarial. Deve ser um conceito presente na abordagem perante a vida. Foi por isso que, no âmbito das propostas que apresentámos nesta área, criámos o Empreendedorismo nas Escolas, onde as nossas crianças e adolescentes têm, ao longo do ano, várias actividades e sessões sobre empreendedorismo e sobre uma postura pró-activa perante a vida, quer ao nível empresarial como ao nível social. Centenas de crianças frequentam estas sessões, esperando-se que possam ser alargadas no futuro. Note-se que esta proposta foi aprovada há mais de um ano e está em funcionamento desde o início do ano lectivo. Sobre esta matéria, não posso deixar de me referir as declarações da Sra. Presidente do PSD Açores que dizia, há dias, que era preciso apostar no empreendedorismo e apostar no empreendedorismo nas escolas. São declarações que chegam a ser ofensivas para as equipas de docentes que desenvolvem o projecto e para os alunos que o frequentam. Das duas uma, ou é desconhecimento, o que é grave, ou é, mais uma vez, copianço de propostas anunciadas como se fossem inovadoras, o que é mais grave ainda.