Opinião

A verdade dos factos

No próximo Domingo teremos as eleições para a Assembleia da Republica. Todos sabemos o que está em jogo nesta votação, que só foi antecipada devido à sede de poder. Não houve qualquer tipo de pudor em derrubar um governo legitimamente eleito, apenas por uma questão de ambição pessoal. Aqui na região a opção nestas eleições tem de passar pelo partido que melhor soube defender os Açores e o que mais investiu nestas ilhas. Não tenho dúvidas que esse é um património do Partido Socialista. Vemos agora alguns partidos da oposição com declarações eleitorais, ou eleitoralistas, propondo e defendendo aquilo que, enquanto estiveram no poder, poderiam ter executado, mas não o fizeram, vai-se lá saber porquê. Foi o Partido Socialista que, junto da troika, defendeu a manutenção da diferenciação dos impostos. Foi nos governos do Partido Socialista que se transferiram para a região 113 mil toneladas de quota leiteira. Só com um governo do PS teremos como garantidas questões importantes para os portugueses, como a educação para todos e a saúde tendencialmente gratuita. O maior partido da oposição quer privatizar a ANA sem acautelar os interesses dos Açores, quer desmantelar o Serviço Nacional de Saúde, quer vender a RTP e a Caixa Geral de Depósitos, entregar a educação a privados e rever a Constituição para facilitar os despedimentos. Este PSD quer dispensar funcionários públicos e impor contratos de trabalho verbais. Estas premissas terão graves consequências para os Açores e para os Açorianos. Num débito errático de propostas, divulgadas de manhã, rectificadas depois do almoço e propagandeadas à noite pelos sábios do partido, o PSD tem-se revelado o executor liquidatário do Estado Social. No âmbito desta campanha eleitoral, o Dr. Mota Amaral veio na passada semana à Ilha Graciosa, na qualidade de candidato do PSD à Assembleia da Republica. Estas visitas repetem-se nestes momentos pré-eleitorais e são sempre utilizadas para fazer passar mensagens para a comunicação social, para que cheguem a todo o eleitorado na forma de linhas mestras programáticas. Desta vez o Dr. Mota Amaral optou por tecer grandes elogios às Termas do Carapacho. Disse nessa altura “passos positivos, que estão a ser dados para transformar uma especialidade das nossas ilhas numa fonte de bem-estar para as suas populações, mas também aproveitando a variedade de ofertas que são um atractivo para quem nos visita”. Mais à frente o candidato do PSD disse que viu, “com satisfação, que a forma de aproveitamento destes recursos naturais está, de facto, a ser bem integrada na nossa oferta turística, uma realidade que se tem verificado”. Vindo de quem vem estas ideias revelam um forte elogio ao actual Governo dos Açores. E mais, revela que de facto parece que a Dra. Berta Cabral e o responsável do PSD desta ilha não vivem no mesmo mundo do Dr. Mota Amaral, pois ainda recentemente ambos tecerem fortes críticas às Termas do Carapacho, chegando a primeira a afirmar que era de estranhar que investimentos destes não fossem planeados. O Dr. Mota Amaral não está sozinho. Ainda recentemente a eurodeputada do PSD, Maria do Céu Patrão Neves, elogiou a agricultura graciosense, num gesto pouco comum no maior partido da oposição. Ambos pareceram surpreendidos com o avanço da Graciosa nos últimos tempos. Ambos reagiram como se alguém lhes andasse a esconder ou a desvalorizar, durante estes anos, os progressos de uma pequena ilha que esteve, durante o consulado social-democrata, votada ao abandono. Estas constatações foram admiráveis, pois todos nós sabemos que para o PSD a vida nestas ilhas é a uma só cor: cinzenta. E aqui, na Graciosa, para o maior partido da oposição, quanto pior, melhor. Continuo a considerar estas visitas muito importantes porque, quando houver uma leitura correcta e sem ressentimentos, desmontam, de uma só panada, a propaganda pessimista e sem nexo emitida por responsáveis políticos com o propósito único de desvalorizar o trabalho do Governo Regional dos Açores e do Partido Socialista. Os desmoralizados nunca serão capazes. Os pessimistas constituirão sempre um empecilho. Que Deus nos livre deles.