Opinião

Mais Competitividade = Mais Emprego

Ainda no âmbito da reflexão recente que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista fez nas suas Jornadas Parlamentares sobre Emprego e Competitividade, é fundamental realçar a importância da competitividade do nosso tecido empresarial privado. Empresas competitivas e fortes no mercado têm um impacto importante na criação de mais e melhores postos de trabalho. Maior competitividade terá de ser sempre sinónimo de mais emprego. Em circunstância alguma o aumento da competitividade das empresas pode ser feito à custa dos direitos dos trabalhadores. E se os promotores de tendências de direita neoliberais pretendem implementar um modelo do género, terão fortíssima discordância do Partido Socialista. Aliás, é justo referir que o Governo Regional tem conseguido implementar uma estratégia de apoio às empresas e de incentivos à iniciativa privada e, paralelamente, uma política de referência na defesa dos trabalhadores açorianos, o que confere ao Partido Socialista o papel de grande guardião dos direitos dos trabalhadores açorianos e um garante do respeito pelas regras laborais. Por exemplo, hoje, uma das grandes exigências das centrais sindicais nacionais e de alguns partidos de esquerda é que o salário mínimo nacional atinja os 500€ mensais. Alegam, e cito dirigentes sindicais, que “a estratégia tem de passar pelo aumento real dos salários, desde logo do Salário Mínimo Nacional para 500€, a partir de agora, para melhorar o poder de compra das famílias, dinamizar a economia, escoar os produtos das empresas, assegurar a manutenção e criação de mais e melhor emprego.”. Nos Açores, conseguimos que o salário mínimo regional se fixe nos 509,25€. Ou seja, será compreensível a satisfação desses movimentos partidários de esquerda, em coerência com o que defendem a nível nacional. Para que isto seja uma realidade e para que os nossos rendimentos médios continuem a aumentar o factor competitividade é crucial. Essa estratégia deve assentar numa aposta na inovação, no desenvolvimento tecnológico, nas áreas organizacionais, na formação e qualificação dos nossos recursos mais valiosos como as pessoas e numa mentalidade ambiciosa que queira evoluir positivamente na cadeia de valor empresarial e na busca de valor acrescentado dos seus produtos. E note-se que, quando refiro estes eixos, não defendo apenas a criação de novas empresas nas áreas tecnológicas ou de inovação. Sendo estas importantes, é tão ou mais importante que as empresas já existentes em sectores “clássicos” e com ainda grande margem de progressão, se adaptem à evolução dos tempos e implementem novos métodos e novas visões de futuro. Inovar não é apenas fazer coisas novas, é também melhorar e potenciar mais o que já existe. Tendo consciência das necessidades futuras, o Governo tem tomado várias medidas que garantam melhores condições e melhores instrumentos aos empresários para aumentarem a sua competitividade, quer de âmbito estrutural e estratégico através da política de incentivos ao investimento, essencialmente consubstanciada no Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SIDER), ou noutros programas como o Empreende Jovem, o Sidart e do recentemente anunciado Fundo Regional de Capital de Risco de fomento ao empreendedorismo. Mas mais. Não descurou a adopção de medidas de âmbito conjuntural, para ajudar as empresas a ultrapassar as dificuldades no momento difícil que o mundo atravessa, materializadas através da linha de crédito bonificado, Linha de Crédito Açores Investe, e a criação de uma linha de apoio à reestruturação de dívida bancária das empresas dos Açores, medidas com o objectivo de injectar rapidamente liquidez nas empresas e estabilizar a situação financeira das mesmas para que, assim, se possam preparar para as necessárias reestruturações e investimentos conducentes à melhoria da sua competitividade. Competitividade terá, assim, de ser o grande desígnio da economia dos Açores nos próximos anos. O Governo Regional e muitos empresários açorianos já perceberam que não há outro caminho. Não estamos num tempo de regressar ao passado. Para isso, já temos o maior partido da oposição.