Opinião

Horta, Cidade Mar

A nossa cidade desde sempre abraçada ao mar, viu esta característica marcada na sua história, na sua economia e nos hábitos quotidianos, com resultados aliás bem visíveis. Horta, Cidade Mar! É assim que a intitulamos e, na verdade, os investimentos estruturantes realizados por parte do Governo Regional nesta área, reforçam esta ligação dos faialenses ao mar, fazendo com que os Açores, sejam hoje, através desta porta de entrada, um dos melhores destinos turísticos do Atlântico Norte. Exemplo deste esforço de investimento, é a construção das novas infra-estruturas do Departamento de Oceanografia e Pescas, um contributo significativo para a investigação de qualidade de nível internacional, que ao longo dos anos tem caracterizado a acção deste Departamento da Universidade dos Açores. A construção do novo porto, com o aumento de valências e condições de acolhimento para passageiros; a construção das casas de aprestos, melhorando as condições de trabalho dos nossos pescadores, são algumas das acções e obras, com reflexo imediato e que trarão benefícios à nossa ilha e aos Açores. No entanto, penso que o nosso desenvolvimento não passa apenas pelos investimentos públicos, e os nossos empresários têm apostado claramente nesta área, aproveitando os programas de apoio para o efeito disponibilizados pelo Governo Regional dos Açores. Na sociedade actual é importante ser empreendedor para fazer a diferença. É exemplo disto a recém criada “Ocean Eye”, empresa que tem como objectivo a observação dos fundos marinhos e orla costeira, bem como a promoção e a educação ambiental. Há que dar os parabéns a estes jovens que, utilizando os seus conhecimentos técnicos, decidiram investir no mercado do mar. Outro exemplo de empreendorismo associativo é o trabalho desenvolvido pelo Clube Naval da Horta e pela Comissão Náutica Municipal que também tem dado os seus frutos, nomeadamente por via da participação em vários salões náuticos internacionais, capitalizando este investimento de promoção para a nossa região e mais concretamente para a nossa ilha. A título de exemplo destaque-se as diversas regatas internacionais que somos anfitriões anualmente. Há que referir também que existem já outros avanços que nos promovem no contexto náutico, Destaco o projecto de requalificação da Avenida Marginal, e a implementação do sistema de VTS Costeiro (sistema que integra um conjunto de estações no âmbito da rede de rádio navais da Nato), novidades que nos foram anunciadas, no passado mês de Janeiro, pelo Presidente do Governo, após reunião do Conselho de Governo com o Presidente da Câmara Municipal da Horta. No entanto, é importante numa perspectiva futura, continuar a promover o investimento por parte das entidades públicas, por forma a que este possa capitalizar o investimento por parte dos empresários. Como já referenciei anteriormente, houve e haverá sempre uma relação dos Faialenses com o mar, relação esta que tem benefícios estruturais na economia da nossa terra. O nosso trajecto está delineado e devemos todos prestar o nosso contributo para que a nossa Ilha e a nossa região continuem a ser uma referência no Oceano Atlântico. Sendo assim, parece-me de crucial importância o avanço da 2ª fase da obra do porto, que estou certo, aumentará a dinâmica da relação da Horta com o mar. Destaco que esta intervenção permitirá a criação de um parqueamento em terra para embarcações, um núcleo de pescas, a requalificação do Largo Manuel de Arriaga, a construção de infra-estruturas de apoio à actividade marítimo turística, assim como, o apoio à náutica de recreio, melhorando as condições das infra-estruturas do Clube Naval da Horta. Salienta-se ainda a importância de dotar a Região com um navio de investigação compatível com a acção desenvolvida pelo DOP, permitindo igualmente um conhecimento aprofundado dos recursos marinhos dos mares dos Açores. Ainda nesta área, torna-se fundamental a criação do parque tecnológico para as áreas do mar, instrumento que poderá potenciar a nossa economia, traduzindo-se na criação de novas empresas, em oportunidade de emprego e na fixação de jovens qualificados. É próprio da condição humana o ser exigente consigo e com os outros, por isso quero sempre mais e melhor para a nossa terra, e não abdicarei de fazer parte do elo construtivo, reivindicando, colaborando e tentando transformar a nossa ilha num local, ainda melhor para se viver.