Opinião

Faial: a esperança aumenta 21,1%

Os faialenses têm razões para, no meio da crise, se considerarem afortunados com o Plano e Orçamento para o ano 2011. Isto poderá parecer um insulto a quem se encontrar em situação difícil, mas reparem: quanto maior o investimento público, maior é a possibilidade de captação de emprego, de circulação de meios humanos, técnicos e financeiros, de ideias empreendedoras, criativas e inovadoras, de incentivos para atrair o turismo, e muito mais, num entrelaçamento de acções em que uma puxa a outra. E esperamos que este elo de ligação se firme rapidamente porque o governo fez este plano dando prioridade ao apoio às pessoas, às famílias, às empresas em dificuldade. São elas que estão primeiro e é nelas que pensamos quando nos alegramos com o aumento do investimento no Faial. Alguns dos apoios às famílias, como o abono e o complemento de remuneração, reflectem bem este propósito do governo de minimizar os efeitos da conjuntura externa e do plano de austeridade nacional. O primeiro ano da presente legislatura – 2009 – atribuiu 54.945.570€ ao Faial. Um número significativo se pensarmos que vinha na sequência de uma legislatura em que o investimento tinha sido bem visível e dado um grande impulso à nossa ilha. Recordo apenas o mais determinante: a nova escola secundária da Horta, a nova Biblioteca Pública e Arquivo, a primeira fase da Variante. No segundo ano da legislatura, ou seja, em 2010, registou-se um aumento de verba destinada ao investimento no Faial, numa proporção de 2,1 por cento: 56.097.581€. As duas grandes obras emblemáticas do ano – o porto e as instalações do DOP – uma avança a bom ritmo, outra foi inaugurada com a merecida pompa, não fosse a investigação marinha ser uma das meninas dos olhos do Faial. O porto – já o escrevi e insisto – é a obra vai embelezar e agilizar a funcionalidade de toda a frente mar da cidade e intensificar a sua já longa e mítica relação. Eis-nos chegados ao Plano e Orçamento de 2011 e o investimento regista um aumento de 21,1%, isto é, sobe para 67.934.328€. Tudo o que é da responsabilidade exclusiva do governo e importante num tempo de crise, está lá: a Escola Básica e Integrada José d’Ávila, o Bloco C do Hospital, o Centro de Adictologia, a Casa Manuel de Arriaga, o Parque Marinho, o Jardim Botânico, a Creche, o Centro de Noite para os Idosos, ou seja, o que realmente faz falta aos cidadãos no momento actual. Claro que existem outras obras cujo início gostaríamos de ver nesta legislatura. É evidente que existem sempre necessidades novas e outras antigas que, pela sua não urgência, foram sendo adiadas. Obviamente temos o aeroporto, o campo de golfe e as termas do Varadouro a aguardar a iniciativa privada (que não avança em tempo de crise) e que temos de poupar em algumas obras no imediato para fazer face a despesas que vão contribuir rapidamente para melhorar a qualidade de vida dos faialenses ou para acudir a alguns casos de verdadeira necessidade. É assim a vida, como todos sabem. A nossa esperança tem razões para viver!