O Grupo Parlamentar Partido Socialista dos Açores destacou hoje, na Horta, a necessidade de implementar soluções imediatas e estruturais que assegurem a estabilidade da SATA, protejam a mobilidade dos Açorianos e salvaguardem os postos de trabalho, apresentando três medidas essenciais para garantir a viabilidade do grupo e proteger a SATA Air Açores, fulcral para a coesão regional.
No debate de urgência sobre a situação do Grupo SATA, Carlos Silva, Vice-Presidente do GPPS/Açores defendeu a separação efetiva das administrações do Grupo SATA, criando lideranças próprias e qualificadas para cada empresa do grupo, para uma maior responsabilização na gestão; rever a posição da Região sobre o handling nas negociações com Bruxelas, defendendo que esta atividade permaneça maioritariamente sob controlo público e ainda o reforço da fiscalização parlamentar à privatização da SATA Internacional, garantindo transparência, rigor e acesso à informação por parte de todos os partidos e dos cidadãos.
Carlos Silva reforçou que estas medidas são “um contributo decisivo para devolver estabilidade ao grupo e salvar a SATA Air Açores de um eventual colapso da SATA Internacional”, afirmando que “não basta dizer que ‘agora é que vai ser’ ou que ‘esperamos resultados diferentes’, cometendo os mesmos erros do passado ou, em muitos casos, ainda mais graves”.
Como exemplo, o socialista relembrou o Plano de Reestruturação, “negociado pelo Governo de José Manuel Bolieiro e aprovado pela Comissão Europeia, no montante de 453 milhões de euros — uma oportunidade única para relançar e viabilizar a companhia”. “Passados cinco anos, infelizmente, estamos hoje em condições de afirmar que este Plano de Reestruturação se revelou um autêntico fracasso”, sublinhou, destacando que o processo se transformou “numa verdadeira novela, marcada pela falta de transparência e por decisões de legalidade duvidosa”.
Para além disso, Carlos Silva relembrou as diversas promessas do Governo sobre transparência, estabilidade e redução de custos, dando exemplos de decisões que resultaram exatamente no seu contrário.
“Prometeram mais transparência, mas escondem as contas e não as publicam em tempo útil; prometeram acabar com as rotas deficitárias, mas criaram outras e agravaram os prejuízos; prometeram evitar contratar mais ACMIS, mas gastaram mais de 50 milhões de euros, só entre 2021 e 2024; prometeram reduzir custos com pessoal, mas contrataram mais 400 funcionários e fizeram aumentos superiores a 30% só para alguns; prometeram reduzir os custos operacionais em 100 milhões de euros, mas não só não reduziram, como aumentaram em mais 260 milhões e prometeram estabilidade, mas já vão em 11 Administradores e 4 Presidentes do Conselho de Administração”, enunciou.
O Vice-Presidente do GPPS afirmou ser “absolutamente essencial garantir a estabilidade da operação e assegurar a viabilização do grupo SATA”, sublinhando que o PS tem estado desde o início “do lado das soluções” e continuará a agir com responsabilidade e compromisso com o interesse regional.
Não aceitaremos que os funcionários sejam responsabilizados pelos erros de gestão e ingerências políticas e exigimos ainda ao Governo total transparência nos acordos que venha a celebrar com os potenciais investidores na SATA”, concluiu.
Horta, 09 de dezembro de 2025