A deputada socialista Isabel Teixeira afirmou hoje, no Parlamento dos Açores, que a proposta do Plano Regional Anual para 2026 “perpetua o ciclo de promessas não cumpridas, estudos sem fim e ausência de visão estratégica”, acusando o Governo Regional de iludir os jorgenses com anúncios sucessivos e taxas de execução extremamente baixas.

Na sua intervenção, a deputada alertou que o documento apresentado confirma “a falta de ambição, visão estratégica e respeito pelo potencial da ilha de São Jorge”, sublinhando que muitas das obras anunciadas nos últimos cinco anos “continuam sem sair do papel”.

Isabel Teixeira destacou a degradação dos caminhos agrícolas e questionou a ausência de investimento no abastecimento de água para a agricultura, recordando que São Jorge “tem todas as condições” para avançar com lagoas artificiais, mas o Governo insiste em “estudos e projetos intermináveis”.

A situação das estruturas de apoio à pesca, com os pontões do porto de Velas que “continuam degradados”, e os “problemas todos os anos com as gruas” são outras das preocupações da socialista, que recordou também que, apesar de 1,2 milhões de euros prometidos desde 2020, “não há obras, nem calendário, nem responsabilidade assumida” para o porto da Calheta.

No setor do turismo, a deputada alertou que a derrocada na Fajã dos Cubres afeta a dinâmica turística da ilha e que a caldeira de Santo Cristo continua sem atenção, denunciando a inexistência de regulamentação para a apanha lúdica da amêijoa, alertando para “um descontrolo enorme, pondo em perigo a sua sustentabilidade”.

A socialista criticou de forma particular a degradação das acessibilidades aéreas, e disse que aerogare de São Jorge não reúne condições dignas, com problemas permanentes na cobertura e nos sanitários.

Na saúde, Isabel Teixeira lamentou que a aquisição do TAC para a Calheta, o bloco do Centro de Saúde das Velas e o novo Raio-X prometido não tenham avançado, sublinhando que o equipamento existente “somente assegura as urgências”.

Isabel Teixeira denunciou também a ausência de execução na requalificação da Creche e ATL das Velas e no aumento da capacidade do lar de idosos da Calheta, lamentando que estes espaços essenciais para as famílias continuem dependentes de promessas nunca concretizadas.

“São Jorge não pode ficar para trás. Merece respeito, investimento e ação concreta. Chega de planos que alimentam estatísticas, mas falham na execução”, concluiu.

Horta, 26 de novembro de 2025