PS Açores denuncia gestão ruinosa da SATA ao usar eventuais receitas futuras para garantir empréstimo de 35 milhões

PS Açores - Há 3 horas

O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Carlos Silva, acusou, esta quarta-feira, o Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM de estar a destruir a SATA Air Açores, que verificou um aumento da sua dívida, em 2024, em 66 milhões de euros.

“Este Governo criou uma nova empresa – a SATA Holding – para separar a SATA Air Açores da Azores Airlines e, assim, eliminar a contaminação financeira entre ambas. No entanto, continua a utilizar a SATA Air Açores para contrair nova dívida e emprestar à Azores Airlines”, afirmou, sublinhando que a nova empresa, criada em janeiro de 2023, “já apresenta 300 milhões de euros de capitais próprios negativos”.

Carlos Silva explicou que a “SATA Air Açores está a hipotecar possíveis receitas futuras de reequilíbrios financeiros ainda não aprovados para se endividar, em 2025, no valor de 35 milhões, com uma taxa de juro de 5,5%”.

A reação do socialista surgiu quando foi o conhecido o Relatório e Contas do Grupo SATA do ano 2024.

Para o deputado do PS/Açores, o Relatório e Contas do Grupo SATA referente a 2024 comprova, por outro lado, que o Governo Regional não está a salvar a companhia, mas sim a aumentar drasticamente as suas dificuldades.


“As contas do Grupo SATA de 2024, publicadas agora, com mais de um mês e meio de atraso, revelam que o Governo Regional de José Manuel Bolieiro continua a acumular dívida à companhia aérea, colocando em causa a sua sobrevivência”, frisou.

O socialista denunciou também a falta de transparência, a ilegalidade na divulgação das contas e aquilo que classifica como uma “chico-espertice”: a sua publicação em pleno mês de agosto, quando a atenção das pessoas está naturalmente mais dispersa.

Ademais, sublinhou o socialista, “continua por conhecer o resultado das contas do primeiro trimestre de 2025, que já devia, igualmente, ter sido tornado público”.

O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar socialista alertou para “a urgência de encontrar soluções que travem o descalabro financeiro e operacional a que este Governo conduziu a SATA, apesar de ter beneficiado de um plano de reestruturação aprovado por Bruxelas e de uma injeção de capital superior a 400 milhões de euros por parte da Comissão Europeia”.

Recorde-se que, em 2024, as empresas do Grupo SATA apresentaram, no seu conjunto, um prejuízo recorde de 83 milhões de euros.