O líder do PS Açores, Francisco César, defendeu esta quinta-feira que o estado do Sistema Regional de Saúde é um reflexo da má governação da coligação que lidera os Açores há cinco anos, rejeitando a ideia de que o PS esteja apenas a criticar sem apresentar alternativas.
“O sistema regional de saúde não tem vindo a funcionar bem”, começou por afirmar, sublinhando que “há quem ache que quando apontamos os problemas somos teóricos do caos. Nós não somos, o que constatamos é que os problemas que as pessoas vivem são gerados pelo caos na gestão do Governo, nomeadamente na área da saúde”.
Francisco César elogiou os profissionais da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, destacando que é graças ao esforço e competência destes que “a unidade vai funcionando”. No entanto, apontou que a falta de recursos humanos é crítica: “São necessários mais médicos, mais pessoal administrativo para que esta Unidade funcione bem e é necessário que o Governo liberte mais verbas para que possam existir estes recursos humanos”.
À margem de uma reunião com a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, o líder socialista alertou também para o agravamento da lista de espera cirúrgica, que aumentou 14,7% no primeiro trimestre face ao ano anterior, com um tempo médio de espera que já ultrapassa os 450 dias. “Hoje não podemos dizer que a saúde está melhor. Passaram cinco anos. Não estamos a falar de cinco dias ou cinco meses”, sublinhou.
Quanto às críticas de que o PS de não apresenta soluções, Francisco César foi claro: “Só este ano fizemos 23 requerimentos sobre saúde. No último Plano e Orçamento propusemos um plano de recuperação das listas de espera com 1,5 milhões de euros, para repor aquilo que se tinha perdido, mas foi chumbado pelos partidos do Governo”.
Questionado, também, quanto ao processo de privatização da SATA, Francisco César garantiu que o PS/Açores quer “ser parte da solução e não do problema”. No entanto, considera que ainda não há informações claras: “Em relação ao processo de privatização da SATA a situação ainda não está esclarecida. Aguardamos informações concretas para perceber qual será o caminho”.
O socialista acrescentou que o partido está a acompanhar o processo com sentido de responsabilidade: “Não queremos criar dificuldades. Queremos escrutínio, esclarecimento e garantir que a mobilidade dos açorianos e os postos de trabalho na SATA sejam salvaguardados. A operação da SATA, como está, não está a correr bem. Está a correr mal. Com cancelamentos, voos atrasados e dívidas crescentes a fornecedores”.