PS/Açores acusa Governo de esquecer a Graciosa e de não responder aos problemas na saúde, habitação e transportes

PS Açores - Há 2 dias

O deputado do Partido Socialista eleito pela ilha Graciosa afirmou hoje que “a Graciosa está a ser esquecida por este Governo Regional, e isso tem de mudar”, identificando as principais dificuldades da ilha, designadamente falhas graves na saúde, mobilidade cada vez mais limitada, abandono no turismo, dificuldades na exportação e falta de habitação.

José Ávila falava à margem de uma visita às Termas do Carapacho, no âmbito das Jornadas Parlamentares que os socialistas estão a realizar na ilha, onde frisou que ao longo de dois dias de visitas a instituições, empresas e locais estratégicos da ilha, o PS/Açores recolheu testemunhos que confirmam a falta de resposta do Governo Regional a problemas que se têm vindo a agravar, sendo um dos mais preocupantes a mobilidade.

“Temos agora duas semanas pela frente em que não há lugares nem para sair, nem para entrar na Graciosa. Isso traz enormes dificuldades à população, mas o que mais nos preocupa são os doentes, que não conseguem deslocar-se para os tratamentos e consultas”, denunciou José Ávila.

Também o transporte marítimo de mercadorias foi apontado como crítico. “O Governo aumentou as escalas, mas as empresas não estavam preparadas. Faltam contentores, especialmente de frio, e os navios falham as escalas. Resultado: não conseguimos exportar o nosso gado vivo nem os nossos produtos tradicionais”, acrescentou.

No setor da saúde, multiplicam-se os relatos de falhas na prestação de cuidados. “Há médicos que não têm condições humanas para tratar bem os seus pacientes”, referiu o deputado, sublinhando que este é um tema sensível porque “tem a ver com pessoas, com famílias”.

A quebra no turismo foi igualmente denunciada. A Graciosa é hoje a única ilha dos Açores que não conseguiu recuperar os números de dormidas de 2019. “Enquanto outras ilhas cresceram a dois dígitos, nós tivemos apenas 1,1% de crescimento. Isto é um sinal claro de que a Graciosa foi deixada para trás”, disse José Ávila, lembrando que as declarações da Secretária Regional do Turismo sobre um tratamento igual para todas as ilhas “não correspondem à realidade”.

Outras preocupações abordadas nestas Jornadas incluem as consequências do aumento das taxas da SATA, que dificultam a exportação de pescado e doçaria, bem como os impactos do encerramento prolongado das Termas do Carapacho.

“As termas estão fechadas há um ano por culpa exclusiva do Governo, que tentou anular o concurso da concessão. A empresa teve de recorrer aos tribunais para poder avançar”, referiu o deputado.

O PS/Açores voltou ainda a denunciar a falta de investimento na área da habitação, uma vez que, ao contrário do que disse o Presidente do Governo Regional na última visita estatutária à ilha, ainda existem necessidades nessa área, com famílias a sentir dificuldades para aceder a habitação.  

As Jornadas Parlamentares prosseguem esta quinta-feira com uma visita ao Porto de Pescas da Graciosa. O PS/Açores mantém o compromisso de continuar a dar voz às preocupações dos graciosenses e de exigir do Governo Regional respostas concretas, planeamento e respeito por esta ilha.

 

 Santa Cruz da Graciosa, 24 de julho de 2025