A deputada Renata Correia Botelho acusou, esta quinta feira, a oposição de fazer “tábua rasa” de indicadores como os que foram apresentados este mês, no Relatório de Desenvolvimento e Coesão, os quais colocam os Açores como a única Região do país a convergir com a União Europeia. “São incapazes e perceber a importância capital de alguns dados como, por exemplo, os da taxa de mortalidade infantil”, lamentou a deputada afirmando que estes são números que nunca interessam a quem quer fazer da Região “uma catástrofe”. “Os Açores, em 10 anos deixaram de ser a região com maior número de casos ao nível da taxa de mortalidade infantil para o menor número de casos”. Renata Correia Botelho afirmou ainda que há duas caraterísticas que refletem o Partido Socialista: “responsabilidade e coragem”. E acrescentou mais uma: “a memória”: “Temos a memória de que a direita neste país foi responsável pelo despautério governativo mais inominável da democracia portuguesa”. A parlamentar afirmou que os socialistas têm uma preocupação “absolutamente premente” acerca desta realidade que tem de ser interpretada com seriedade e justiça: “Temos uma economia assente em atividades que são tendencialmente menos remuneradas. É uma situação sobre a qual nos temos debruçado e que nos preocupa. Para além de que temos as famílias mais numerosas do país, e isto é um dado absolutamente incontornável”, respondeu assim à bancada do Bloco de Esquerda pela “tendência” que há em afirmar que os “os Açores são muito pobres”. “Os Açores têm focos de pobreza muito significativos aos quais temos de dedicar toda a nossa atenção, mas não é a atenção do PS, é a de todos nós; é também, por exemplo, a das Câmaras Municipais. A Câmara da Ribeira Grande tem uma concentração de pobreza muito crítica. Temos de combater todos isto. E temos de chamar os responsáveis políticos de todas as frentes para intervirem nesta matéria”, alertou a deputada do Grupo Parlamentar do PS/Açores. Renata Correia Botelho considerou “curioso” que o Bloco de Esquerda venha fazer uma declaração política que “toca nestas matérias”, quando no passado mês de novembro, no âmbito do Plano e Orçamento para 2019, votou contra: “Um Orçamento que foi elogiado pela CGTP, por considerar que ajuda a combater a precariedade, ajuda a tratar dos problemas que assolam muitos açorianos nestas circunstâncias”. A deputada enumerou algumas das medidas que classificou de “ação rápida” que contribuem para o combate ao flagelo, tais como, o complemento regional de pensão, o COMPAMID, o complemento regional ao abono de família e o aumento previsto de 12% na remuneração complementar. “O Governo e o PS não acordaram agora para o problema da pobreza, como parece ter acontecido com os partidos nesta Câmara. O PS tem a frontalidade de olhar este problema e enfrentá-la com o destemor com que apresentou um documento que é pioneiro e elogiado a nível nacional: a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social”. Um documento que, recordou, “o Presidente da República achou que devia ser um modelo a seguir também no território continental”, rematou.