Os vereadores do PS na Câmara da Ribeira Grande, Fernando Sousa e Miguel Sousa, votaram contra a proposta de Plano e Orçamento do município, para o ano de 2019. Este voto resulta do facto do executivo camarário liderado por Alexandre Gaudêncio não conseguir traçar um rumo de ação que vise a melhoria da vida dos ribeiragrandenses. Assistimos à continuação de atuação política de navegação à vista, sem um projeto político consistente que transforme a Ribeira Grande num pólo de investimento. O município continua a ter um Plano Diretor Municipal obsoleto, instrumento de ordenamento do território fundamental para a captação de investimentos; a requalificação da frente-mar não está contemplada neste Plano e Orçamento, que é um imperativo face ao crescente turismo que se tem verificado e que coloca em risco alguns investimentos que os privados estão a fazer no concelho.
Por outro lado, a despesa corrente primária continua a aumentar a largo passo, prevendo-se um aumento de cerca de meio milhão de euros, ao mesmo tempo que se verifica um brutal desinvestimento nas funções sociais, como os apoios para a habitação degradada, a ação social e no abastecimento de águas, bem como as empreitadas fundamentais que desapareceram das Grandes Opções do Plano.
Não fora os Vereadores do PS na Câmara da Ribeira Grande, o executivo liderado por Alexandre Gaudêncio preparava-se para aprovar o maior aumento jamais visto na Ribeira Grande das taxas de recolha de resíduos e do consumo doméstico de água. Em causa estava o aumento de taxas cobradas aos munícipes em mais de 1,2 Milhões de Euros. Alexandre Gaudêncio pretendia aumentar a taxa da água para consumo doméstico para quase o dobro e a taxa dos resíduos em quase 30%, chegando ainda ao despudor de tentar aumentar a tarifa social em cerca de 60%, de 2,34 euros/mês para 3,75 euros/mês, um verdadeiro atentado aos mais desfavorecidos, o que representa mais de um milhão de euros por ano que seriam retirados dos bolsos dos ribeiragrandenses.
Para o Partido Socialista da Ribeira Grande estes aumentos não são aceitáveis e revelam algum alheamento por parte do presidente da Câmara relativamente a assuntos centrais e que dizem respeito aos ribeiragrandenses, referiu o coordenador da concelhia do PS/Ribeira Grande.
Emanuel Furtado remata, referindo que “ribeiragrandenses merecem um presidente que se dedique a tempo inteiro à gestão camarária com transparência e rigor e que não os penalize com aumentos brutais de taxas e taxinhas.”