Atribuição da Medalha de Mérito Municipal ao cidadão Carlos Melo Bento

PS Açores - 20 de junho, 2018
Em conformidade com o preceituado nos artigos 18.º e 21.º do Regulamento das Distinções Honoríficas do Município de Ponta Delgada, os Vereadores da Câmara Municipal de Ponta Delgada, eleitos pelo Partido Socialista dos Açores, propõem a atribuição da Medalha de Mérito Municipal ao cidadão Carlos Melo Bento, pelos relevantes e abnegados serviços que ao longo da sua vida tem prestado ao serviço dos Açores e em especial de Ponta Delgada, conforme síntese biográfica infra. Carlos Melo Bento nasceu em Ponta Delgada, mais concretamente na Rua dos Manaias, n.º 21, corria o ano de 1941. Licenciou-se em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, em 1964, inscrevendo-se para o exercício de advocacia em 1966, profissão que desempenha até aos dias de hoje. Exerceu o cargo de Delegado Interino do Procurador da República na Comarca da Ribeira Grande (1964-1966), foi Conservador Interino do Registo Civil em Vila Franca do Campo (1966) e, de igual forma, exerceu a profissão de professor extraordinário na Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada (1964-1975). Na vertente sócio recreativa pertenceu à direção dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada (1970-1975), foi Presidente do Micaelense Futebol Clube (1974-1975), Presidente do Ateneu Comercial de Ponta Delgada (1966) e, ainda, membro da Fundação Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores (desde 2001). A nível político, cumpre salientar o exercício das funções de Vereador da Câmara Municipal de Ponta Delgada (1966-1969) e Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Ponta Delgada (1993-1997). Nomeado Presidente em exercício da Comissão Concelhia da Ação Nacional Popular de Ponta Delgada, de 1973 até 24 de abril de 1974, data em que foi impedido da prática política pelo então Conselho da Revolução. No auge do processo revolucionário em curso que se viveu em Portugal na segunda metade da década de 70 do século passado, foi um dos principais elementos da Frente de Libertação dos Açores (FLA), defendendo o movimento independentista nos Açores como alavanca fundamental da concretização da autonomia na região. Defendeu que a independência dos Açores deveria ser referendada por voto popular. Por ter participado de forma ativa na manifestação independentista que se verificou no dia 6 de junho de 1975, em Ponta Delgada, foi, em conjunto com outros notáveis açorianos, alvo de inusitada detenção. Foi secretário-geral do CDS-Açores (1980-1984) e Presidente do Partido Democrático do Atlântico (1990-1994 e 1999). Autor de reconhecidos e exigentes trabalhos jornalísticos, colaborando de forma ativa com as publicações: Açoriano Oriental, Correio dos Açores, Diário dos Açores, Açorianíssima e Insulana. Foi o primeiro Presidente do Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Avogados. Escreveu as seguintes obras: Balda Política (1968); O estatuto das ilhas e a Região Açores (1970); Soou a hora (1976); História dos Açores (1988), em dois volumes e que se encontra traduzida para inglês, francês e alemão; Escavações Arqueológicas em Vila Franca do Campo (1990); José Bruno Carreiro (1999) e Justiça da Povoação. Por tudo o supra exposto, evidente resulta que o Dr. Carlos Melo Bento, insigne Advogado, mestre nas palavras, político astuto e um acérrimo defensor da Açorianidade, conceito definido por Vitorino Nemésio do qual era amigo, a par com Natália Correia, pela sua conduta de vida prestigiou o concelho de Ponta Delgada e os Açores, prestando relevantes e abnegados serviços públicos, que importa publicitar como modelo a seguir, sendo um justo merecedor da atribuição da medalha de mérito municipal.