"É incompreensível que os deputados do PSD/Açores à Assembleia da República, Berta Cabral e António Ventura, subscrevam a conduta do seu Partido que se manifestou contra a afetação das receitas dos jogos sociais às Regiões Autónomas”, afirmou Carlos Silva. O deputado do Grupo Parlamentar do PS/A reagia assim às declarações dos deputados do PSD na República, que “vieram alinhar com uma atitude centralista em vez de defenderem os Açorianos”.
“Como podem os deputados social-democratas eleitos pelos Açores estar contra a afetação das receitas dos jogos sociais pelos Açorianos? Estão os dois deputados coniventes com esta atitude centralista, com este ataque à nossa Autonomia?”, questiona Carlos Silva. O deputado socialista referia-se à proposta entregue pelo PSD na Assembleia da República, onde se pode ler que a “quebra” nas verbas destinadas às instituições da República, em benefício dos Açores, é “incompreensível”.
Berta Cabral e António Ventura, incomodados com a proposta entregue, não respondem ao que verdadeiramente está em causa e que prejudica os Açorianos, realça Carlos Silva, explicando: “O que está efetivamente em causa é, segundo defende o PSD, a diminuição dos montantes que devem ser transferidos para os Açores”.
“Este tipo de aproveitamento e discurso populista, que pretende pôr os cidadãos continentais contra os Açorianos é lamentável”, acrescenta. O deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores recorda que “esta medida visa cumprir a Lei das Finanças Regionais e repor a justa distribuição dessas receitas dos jogos geridos pela Santa Casa da Misericórdia da Lisboa, para as quais os Açorianos também contribuem”.
Carlos Silva condena ainda “o discurso reacionário e centralista contra as Regiões Autónomas” e a “chantagem que o PSD nacional está a tentar fazer, ao relacionar a atribuição destas verbas com as fatalidades ocorridas no verão passado, por causa dos incêndios”.