Eurodeputado promove evento sobre Segurança e Defesa Marítima da UE, sublinhando a necessidade de uma abordagem europeia unificada face a um ambiente geopolítico mais desafiante.
André Franqueira Rodrigues, eurodeputado socialista e membro da Subcomissão do Parlamento Europeu, para a Segurança e Defesa, defendeu ontem um maior investimento da UE na Segurança e Defesa Marítima no Atlântico.
“O Atlântico representa o maior espaço de paz, prosperidade e segurança do mundo. Para além disso, abriga rotas marítimas e infraestruturas submarinas vitais para o conjunto da UE, assim como várias regiões ultraperiféricas da UE, e dinâmicas geopolíticas cada vez mais relevantes, quer no quadro Transatlântico, quer a Sul. Não é, por isso, apenas um espaço de trânsito – é um espaço de oportunidade estratégica, mas também com vulnerabilidades que exigem maior atenção e investimento pela UE", afirmou Franqueira Rodrigues, no quadro da Conferência “Segurança e Defesa Marítima da UE: presente e futuro — Reforçando a prontidão e resiliência dos mares europeus”, promovida em colaboração com a Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM).
“A UE deve reforçar urgentemente a sua presença, as parcerias e capacidades nesta área através de investimentos focados no Atlântico, partilha de dados, esforços de vigilância conjunta, apoio à cooperação de defesa regional e fortalecimento da resiliência de infraestruturas críticas”, complementou o eurodeputado que é também Vice-Presidente do Intergrupo SEArica para as Regiões Ultraperiféricas, Segurança Marítima, Defesa e Infraestruturas Críticas. “Temos de elevar o peso estratégico da bacia do Atlântico na arquitetura de segurança e defesa da UE” concluiu o deputado natural dos Açores.
O evento contou com intervenções por parte de Alison Weston, Coordenadora Sénior para a Segurança Marítima do Serviço Europeu de Ação Externa da Comissão Europeia, do Contra-Almirante Nuno de Noronha Bragança, coordenador do Centro do Atlântico — uma iniciativa do Governo português, desenvolvida pelo Ministério da Defesa Nacional —, dos eurodeputados Thomas Bajada, Isabelle Le Callennec e Ville Niinistö, bem como representantes das Direções-Gerais da Comissão Europeia para a Defesa, Indústria e Espaço (DG DEFIS) e para os Assuntos Marítimos e Pescas (DG MARE)
Franqueira Rodrigues enfatizou que, como a maior Zona Económica Exclusiva do mundo, a UE tem um interesse particular e responsabilidades significativas na proteção da sua segurança marítima, não apenas do ponto de vista tradicional da defesa, mas também para a sua atividade económica e posição social e cultural global.
"As ameaças estão a tornar-se mais diversas, dissimuladas e intensas", afirmou Franqueira Rodrigues, "e o investimento financeiro e político e a coordenação que são exigidos da UE, através dos Estados-Membros e com outros parceiros e organizações regionais, têm de ser capazes de acompanhar essa diversificação e intensidade. Sem isso, estaremos mais vulneráveis à ação de agentes externos".