“O Governo dos Açores tem uma estratégia para ciência e investigação científica, materializada na vigência deste quadro comunitário, com os investimentos em curso, os apoios multivariados dados à Universidade dos Açores, as bolsas de doutoramento, pós-doutoramento e técnicos de investigação. Este debate demonstra que a estratégia de alguma oposição é trazer as coisas a avulso a esta casa, com mais tática do que estratégia”, afirmou esta terça-feira o deputado socialista José Contente na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, no âmbito de um debate de urgência sobre investigação, conhecimento e política de ciência.
O deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores fez questão de lembrar o que está a ser feito nesta área nos Açores na 2.ª fase do programa estratégico para o ambiente marinho, na Escola do Mar, no crescimento do investimento em vários programas do sistema científico e tecnológico regional, e, nas apostas em novos projetos como o Air Center na Terceira e o Observatório do Atlântico no Faial.
José Contente destacou ainda que até 2020 “há muitos projetos de investigação em curso, nomeadamente 22 no montante de 9,2 milhões de euros, e que as bolsas continuam a existir”, mencionando o lançamento de 24 bolsas para doutoramento e pós-doutoramento.
A questão do Instituto do Mar (IMAR) esteve também em discussão, tendo o parlamentar deixado claro que o seu encerramento é uma decisão da Universidade dos Açores e não do Governo dos Açores. “O que nós estamos a fazer é garantir que a eventual transição que possa vir a ter lugar aconteça sem prejudicar os quadros qualificados da Universidade”, adiantou.
Também o deputado Francisco Coelho sublinhou a importância da Universidade dos Açores no percurso científico que tem sido realizado na Região. Para o socialista, a proposta de debate sobre investigação científica é, por si só, “o reconhecimento de que estamos num estádio bem diferente a este nível do que estávamos há 20 ou 30 anos”.
Por oposição ao “período negro” que a investigação atravessou com o anterior Governo da República, que levou à dispensa de muitos profissionais, Francisco Coelho salientou o trabalho desenvolvido pelos governos socialistas da República que deram continuidade a vários projetos, inclusive em relação a infraestruturas e projetos científicos da Universidade dos Açores.
Francisco Coelho chamou a atenção ainda para que ao olhar para o trabalho desenvolvido pela Universidade “devido à sua autonomia e ao caracter não paroquial, mas antes transnacional e universal do saber cientifico e da investigação, que a forma de agir nesta matéria é necessariamente uma forma em que se têm de estabelecer parcerias, cooperação em termos nacionais e internacionais”.