COMUNICADO
O Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GaCS), com esta ou com outra designação, existe na estrutura governativa regional desde 1976, enquanto entidade destinada à divulgação, promoção e esclarecimento de informação de utilidade pública, relacionada com a atividade governativa, como acontece um pouco por todo o mundo democrático. Aliás, na década de 80 do século passado e na primeira metade da década seguinte, chegou a ter também funções de formação de jornalistas e atribuição de prémios àqueles profissionais.
A disponibilização de informação é um dever dos executivos, em nome do princípio da transparência democrática, assim como o é também o esclarecimento de afirmações, dados ou informações relativas à ação do Governo.
O PSD/Açores, que criou o então designado Gabinete de Imprensa dos Açores logo que foi poder na Região, mantendo-o e reforçando-o ao longo de toda a sua ação governativa, mudou agora de opinião sobre a necessidade e a importância da existência de um departamento de divulgação de informação do Governo.
“A bem da Democracia e da Transparência”, afirma o PSD, deve extinguir-se a entidade que tem precisamente por missão informar os Açorianos da atividade do Governo, tornando-a mais transparente e, por essa via, mais democrática.
Mais curioso ainda é perceber-se que este assomo de indignação surge porque o dito Gabinete divulgou um esclarecimento da Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo a propósito de afirmações contidas num comunicado do Grupo Parlamentar do PSD sobre a linha SOS Ambiente.
O PSD Açores acha normal afirmar que domina a irresponsabilidade no setor ambiental da governação nos Açores, mas indigna-se muito que, em esclarecimento, o Executivo lhe diga que “lamenta o vazio de ideias e propostas do PSD/Açores em matéria ambiental”.
Democrático para o PSD seria a crítica ao Governo não ter resposta e as afirmações erróneas e parciais ficarem sem resposta. Transparente para o PSD seria o Governo não poder contrapor factos e informações às acusações do PSD. Em suma, se o Governo Regional não dispusesse de um meio de fazer chegar informações aos Açorianos, o PSD viveria de forma muito mais democrática e transparente, acusando sem resposta, criticando sem réplica e afirmando sem necessidade de se fundamentar.
Quanto ao Partido Socialista e ao seu Grupo Parlamentar, o exercício da crítica e do debate políticos nunca se fez ou precisou de fazer por outro meio que não fossem os seus próprios meios de divulgação e comunicação, como é o caso deste comunicado, por exemplo.
Uma democracia que se quer deliberativa, participada e focada no bem comum, faz-se da diversidade de opiniões e pontos de vista; faz-se com críticas e com esclarecimentos; faz-se com acesso à informação e com a sua correta utilização; faz-se, sobretudo, com a sã e madura convivência entre os que pensam de forma diferente.