“Os Açores têm vindo a registar uma evolução positiva nos seus resultados escolares, ainda que estes estejam aquém daquilo que queremos; o Governo dos Açores não escamoteia este facto e já assumiu que uma das suas bandeiras é melhorar o nosso sucesso educativo”, lembrou Catarina Moniz Furtado.
A deputada socialista falava esta manhã na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Catarina Moniz Furtado salientou que os “rankings escolares” são “um mero instrumento entre muitos” e que “há que avaliar de forma muito mais profunda os nossos contextos, as nossas realidades, a nossa diversidade, o nosso ponto de partida, onde é que estamos e para onde é que queremos ir”.
A este respeito, a parlamentar socialista evidenciou que há “rankings para todos os gostos, com diversos destaques em diferentes publicações nacionais”, exemplificando que “certas categorias analisadas nas publicações nacionais não estão disponíveis para as escolas dos Açores e isso dá bem nota da fragilidade dos rankings”.
“Em vez de virmos aqui martelar os resultados, em vez de virmos aqui transformar e reduzir os alunos do nosso sistema educativo a números, em vez de virmos aqui fazer com que os docentes sejam meros treinadores para exames, eu julgo que será sério avaliar que competências é que os nossos alunos têm ganho”, frisou Catarina Moniz Furtado.
A deputada acusou o PSD e o PPM de “quererem um milagre” quando mencionam que “o PS está na governação Açoriana há 18 anos sem resultados na educação”, lembrando que o “país levou 138 anos para conseguir alcançar uma taxa real de escolarização de 100% para os primeiros 4 anos de escolaridade”. A parlamentar socialista exigiu uma “maior seriedade na análise desta questão, enquadrando os resultados regionais com o todo do país”.
Catarina Moniz Furtado refutou as recorrentes críticas feitas pelos partidos da oposição às “mega escolas”, destacando - com base em estudos feitos por autoridades na matéria - que a “concentração de alunos em escolas maiores proporciona uma maior possibilidade de sociabilização escolar e uma maior racionalidade na afetação de recursos públicos; a sociabilização é muito importante para a aprendizagem e isso só é possível quando os alunos se encontram entre mais pares da sua própria idade, com o convívio e com o acesso a outros equipamentos e a outros serviços de que as pequenas escolas não dispõem”.
“Este fenómeno de concentração de alunos em escolas maiores surgiu em toda a Europa a seguir à 2ª Guerra Mundial e, nos Açores, nós só o começámos a fazer no século XXI pela mão do PS, já que os governos regionais da responsabilidade do PSD não o fizeram por opção política”, destacou.
“Para os resultados escolares serem fiáveis e confiáveis, exige-se que sejam avaliados de uma forma séria. Nos Açores, nós subimos as nossas médias e as nossas classificações na esmagadora maioria dos ciclos e na esmagadora maioria das nossas escolas. Chegamos a ter uma melhoria das médias no 9º ano, em todas as escolas da Região. Ou abordamos o assunto de forma séria ou o Parlamento Açoriano transforma-se num circo ou num espaço de mediatização - e para isso não contem com o Partido Socialista”, concluiu Catarina Moniz Furtado.