Bancada do PS denuncia contradições na proposta do CDS/PP para combater coelho bravo

PS Açores - 25 de fevereiro, 2011
A deputada do PS/Açores, Paula Bettencourt, afirmou hoje que o Projecto de Resolução do CDS/PP para combater o coelho bravo em São Jorge apresenta várias medidas contraditórias e outras que estão em plena execução pelo Governo Regional na ilha. Depois de salientar que esta espécie tem causado vários prejuízos aos agricultores da ilha de São Jorge, a parlamentar socialista garantiu que o Governo Regional tem tomado medidas para resolver esta situação, como ficou provado pela redução significativa do número de coelhos na ilha. “É importante referir que caça ao coelho decorre de Agosto a Janeiro. Actualmente, existe um calendário venatório excepcional para a ilha de São Jorge, que permite a caça ao coelho durante todo o ano e sem qualquer limite de peças”, lembrou Paula Bettencourt, no plenário que decorreu na cidade da Horta. Segundo a deputada eleita por São Jorge, o serviço florestal de São Jorge tem permitido correcções de densidade a qualquer agricultor que assim o deseje, devido a danos provocados por esta espécie nos seus terrenos. Além disso, o Governo Regional está a concluir a legislação que vai permitir o consumo e comercialização de carne de coelho bravo, afirmou Paula Bettencourt, para quem o Projecto de Resolução do CDS/PP é contraditório já que, no seu preambulo, refere que a praga que está longe de ser controlada pela via da caça, ao mesmo tempo que prevê no articulado três medidas precisamente relativas à caça. “O CDS/PP propõe, ainda, que a caça nocturna seja liberalizada de imediato, sem necessidade de qualquer formalismo por parte dos caçadores, mas um decreto regulamentar regional proíbe a caça nocturna. Assim, o que o CDS está a recomendar que o governo faça e que esta Assembleia aprove é uma ilegalidade”, denunciou a deputada do PS/Açores. De acordo com a deputada, o CDS/PP propõe também um pacote atractivo de viagens para caçadores a São Jorge, mas esta medida não resolve o problema, atendendo ao ciclo reprodutivo do coelho bravo. “Devemos aproveitar o coelho como uma mais-valia para o turismo cinegético, mas não devemos assumir que a esta questão se resolve com a ida de caçadores de coelho à ilha financiados pelo Governo, já que esta medida abriria um precedente insustentável para a Região”, concluiu. No debate parlamentar participou, ainda, o deputado do PS/Açores Rogério Veiros que reconheceu que a alta densidade de coelhos é um problema que aflige muitos agricultores, que tem de ser levado a sério em pareceria com os agricultores, caçadores, associações agrícolas e caçadores. “O senhor deputado Luís Silveira devia saber que este assunto se resolve no terreno, com trabalho, e não a fazer Projectos de Resolução que em nada vão contribuir para a resolução deste problema”, concluiu Rogério Veiros.