A falta de habitação é o maior entrave ao desenvolvimento dos Açores. Professores colocados fora da sua área de residência recusam lugares porque não conseguem pagar rendas. Estudantes deslocados enfrentam quartos a 500 ou 600 euros, um valor que ultrapassa largamente todos os outros custos associados a estudar longe de casa.
Ser estudante deslocado nunca foi tarefa fácil. Mas agora tornou-se quase impossível. O alojamento deixou de ser uma preocupação secundária e passou a ser o principal peso no orçamento familiar. Muitos jovens só podem prosseguir os seus estudos graças ao esforço desmedido dos pais ou porque partilham casas em condições indignas. Outros desistem. Outros nem tentam.
E, para cúmulo, a República decidiu ainda aumentar o valor das propinas já no próximo ano, somando mais um peso insuportável às famílias que já lutam com rendas incomportáveis.
Quando um estudante tem de escolher entre estudar e ter onde dormir, não está em causa apenas o seu futuro individual. Está em causa o futuro da própria Região. Sem acesso à Educação não há qualificação, não há inovação, não há riqueza.
O mesmo se passa com os professores. Testemunhos recentes revelam rendas de 900 a 1.300 euros por um apartamento. Pede-se a quem ensina que “pague para trabalhar”. Isto é insustentável e fragiliza a escola pública, que é o maior pilar de igualdade social que temos!
Diante de tudo isto, o Governo nada faz. Durante cinco anos limitou-se a manter programas de habitação criados pelo PS noutra conjuntura e com outros recursos. Não atualizou, não reforçou, não respondeu. O resultado está à vista: rendas incomportáveis, jovens a desistir de estudar e professores a recusar colocações.
O PS tem apresentado propostas concretas: apoio direto às despesas de alojamento; programas de reabilitação urbana para aumentar a oferta habitacional; reconversão de alojamentos locais em arrendamento acessível. Todas chumbadas pelos partidos que suportam o Governo de Bolieiro. Mais recentemente, apresentámos na AR a dedução em IRS das despesas com viagens dos estudantes. Veremos que fim terá esta nossa proposta.
Os problemas com a habitação deixaram de ser apenas uma realidade dos mais pobres. Atingem também a classe média: famílias que trabalham todos os dias e que, ainda assim, não conseguem pagar uma renda digna.
Garantir habitação acessível é investir no futuro da nossa Região.
O PS não desiste: temos soluções, temos propostas e estaremos sempre ao lado das famílias, dos estudantes e dos professores!