9 meses depois do incêndio do HDES caiu por terra a visão unilateral, fatalista e auto-justificativa, assente numa retórica TINA (There Is No Alternative), de um Governo Regional que em virtude de ausência de liderança, má gestão e opacidade gerou o caos na saúde.
Ficamos a saber por relatórios técnicos do SIE e pela voz de um ex-vogal do CA que não traiu os açorianos, que, pelo menos, desde agosto as Urgência e as 6 salas do Bloco Operatório do corpo principal do HDES podiam estar em funcionamento em condições melhores do que as que existiam antes do incêndio, que eram condições acreditadas para os standards de cuidados de saúde CHKS (ClinicalAccountability, ServicePlanningandEvaluationHealthcareKnowledgeSystems).
Passamos a saber o que antes intuímos politicamente, ou seja, que se tivesse havido empenho na retoma da atividade no corpo principal do HDES há mais de meio ano que o HDES tinha recuperado a sua capacidade.
Havia uma alternativa e o Governo nem considerou, atrasando deliberadamente a abertura do HDES, comprometendo a saúde dos açorianos que precisam de cuidados de saúde e condicionando a Saúde nos Açores para a próxima década, o que é fatal para a credibilidade política, não tanto da Secretária Regional da Saúde que apesar de estar a ser usada politicamente como escudo é o elo mais fraco na corrente de decisão, mas sim do Presidente José Manuel Bolieiro.
Ao ignorar a alternativa, que agora sabemos existir, o Governo Regional passou a ser politicamente responsável por terem ficado por fazer no HDES, entre agosto e dezembro de 2024, mais de 1020 cirurgias.
Para legitimar o hospital do futuro o Governo comprometeu a Saúde no presente.
É tempo de deixar os amanhãs que cantam e acudir às necessidades que gritam, pois para quem está doente o amanhã é sempre tarde demais.