Opinião

O Inebriante efeito do poder

O efeito que o poder tem naqueles que o exercem, tem variadíssimas manifestações consoante a personalidade e a verticalidade dos seus intervenientes. No caso concreto da coligação de (des)governo, ou seja, desta “coisa” que estamos a experienciar nos Açores podemos desde logo dizer que,

  1. Nuns casos provoca histeria ao mínimo sinal de crítica, plasmada no recorrente recurso às enraivecidas intervenções do Sr. Secretário da Saúde, que mais que explicar qualquer dúvida parece repescar nos confins da sua memória alguns traumas que não acrescentam nada.
  2. Noutros um estado de “fofura” sobre tudo quanto querem fazer, como se antes tudo fosse mal e o inferno imperasse, e agora se abrisse o céu, trocando o tom e o volume das suas intervenções, muitas vezes destemperadas, descabidas e exageradas que roçavam o delírio político, pela graçola em tom de santo Estêvão, pregador convicto de ser dono da verdade absoluta.
  3. Noutros, ainda, um estado de anestesia e alienação da realidade em que até afirmam ter ganho eleições, não se lembrando que apenas se limitaram a fazer um somatório de lugares a posteriori, única forma de conseguirem chegar ao poder, à Bruto.
  4. Noutros, ainda, tem efeito dilaaaaaatório, que sistematicamente recusam resposta imediata, porque ou não sabem ou irão ver para depois informar, à laia de trocas e baldrocas.
  5. Noutros o dom de se tornarem invisíveis quando a coisa aperta, mas em sentido inverso o dom do holofote quando se trata de apanhar as canas dos foguetes que vão caindo, à semelhança do Exmº. Sr. Presidente (de direito) do (des)governo.
  6. Também os há com efeito Pinóquio que mesmo depois de entrada a pés juntos atuam ao estilo dos espetáculos do Lá Féria.
  7. Outros há que ouvem vozes do além;
  8. Para outros, importa menos o peso da razão do que a interesseira tábua de salvação, esquecendo os valores e princípios apregoados para se juntarem a tão “frakensteiniana” construção.
  9. Mas, como não há regra sem exceção, num caso tem o efeito da responsabilidade traduzido numa postura serena, de compromisso com a verdade como é o caso do Sr. Secretário do Ambiente que não permite que tanta alteração climática o demova do desiderato que abraçou.

 

É assim que o poder, ou melhor, o exercício que dele se vai fazendo na nossa Região, não revela qualquer sentido, ambição de ver crescer a nossa terra, rumo e/ou responsabilidade, fazendo mais por procurar uma sustentação dos que lá estão do que a efetiva sustentabilidade do nosso futuro.