Opinião

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro

Cancro -"Em 2020, mais de um milhão de europeus morreram de cancro - o dobro das vítimas do coronavírus. E também no ano passado, mais de 15 000 crianças europeias foram diagnosticadas com cancro" afirmou a Presidente da Comissão Europeia Úrsula van der Leyen. Em 2019, os dados da OMS apontam para 18 milhões de novos casos de cancro, em todo o mundo, sendo 23,4% na Europa. Morreram 10 milhões de pessoas no planeta, vítimas desta doença. Em Portugal, é a segunda causa de morte e a sua ocorrência aumenta, em média, cerca de 3% por ano.  Estima-se que 25% da população em Portugal corre o risco de ter cancro até aos 75 anos e 10% dos casos serão fatais, contudo 30% a 50% podem ser prevenidos. Nos Açores em média surgem 1070 cancros por ano. Temos, pois, de continuar a defender os direitos dos doentes e contribuir para a divulgação, visando a prevenção, tratamento e busca de estratégias inovadoras que possam assegurar melhor qualidade de vida a estes doentes e renovada esperança no aumento da sua sobrevida e soluções de cura total, foi este o compromisso assumido no voto que apresentámos na Assembleia da República.


O papel da Defesa na Pandemia - na Comissão de Defesa Nacional discutimos o Relatório da Aplicação da Declaração do último Estado de Emergência e o apoio da Defesa Nacional e das Forças Armadas no âmbito da pandemia. Mais uma vez estes relatórios demonstram o importante papel que as Forças Armadas têm desempenhado na luta contra esta pandemia. Esse contributo é evidente pela capacidade de acolhimento das Forças Armadas no apoio ao SNS, seja através da disponibilização de camas para acolher doentes em centros de acolhimento de doentes ativos e em Estruturas de Apoio de Retaguarda, seja no âmbito das visitas pedagógicas aos lares de idosos, estando previstas quase cerca de 3 mil em todo o território nacional. Destaque ainda para o papel do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, que mantém a capacidade de produzir desinfetante para o SNS e para as Forças Armadas, procedendo, ao mesmo tempo, à armazenagem, gestão e distribuição de artigos da reserva estratégica nacional. Assumiu igualmente grande relevância o apoio das Forças Armadas à elaboração do Plano de Vacinação e agora na liderança da Task Force. Por último, não posso deixar de evidenciar o papel das Forças Armadas nas Regiões Autónomas, que têm sempre assegurado a ligação entre os arquipélagos e o continente no cumprimento das suas missões primárias, como os voos de evacuação médica e também transporte de material sanitário, hospitalar e equipamentos de proteção individual para entidades civis, Forças de Segurança e Militares. É por tudo isto e muito mais, que reforcei o nosso profundo reconhecimento e gratidão.


O papel das IPPSS e das Misericórdias - na Comissão de Acompanhamento das Medidas de luta contra a Covid19 realizou-se a audição conjunta dos Presidentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e da União das Misericórdias Portuguesas. Na minha intervenção saudei o trabalho inexcedível que estas instituições têm desenvolvido ao longo dos anos e em particular na gestão desta pandemia, e evidenciei o caso dos Açores como exemplo. A dedicação dos dirigentes, dos colaboradores, das famílias e dos voluntários tem sido bem evidente apesar da exigência que significa garantir a proteção dos mais vulneráveis durante esta pandemia. Em debate estiveram igualmente os vários programas nacionais desenvolvidos, neste último ano, para apoiar os custos acrescidos, nomeadamente com a aquisição de equipamentos de proteção individual, ou com o reforço das equipas, mas, a realidade é que não está tudo resolvido e persistem questões como a importância da revisão do financiamento, o apoio à transição digital, o desenvolvimento de planos extraordinários de formação para contextos de emergência como sejam crises de saúde pública, entre outras. Defendi, por isso, que os novos fundos europeus têm de ser decisivamente canalizados também para este sector. Aliás, considero que é crucial caminharmos para uma abordagem europeia destas questões, caminharmos para uma verdadeira União Europeia (UE) da saúde. Esta pandemia já demonstrou o papel crucial que a UE pode e deve ter no apoio aos Estados-membros como foi no caso da aquisição das vacinas, mas também o papel que pode e deve ter na mobilização de recursos a disponibilizar. É por isso, tão relevante que o desenvolvimento de instrumentos europeus em matéria de política de saúde seja também um dos objetivos da presidência portuguesa da UE. Este é o momento para aprofundarmos a Europa da Saúde.

Já sabe proteja-se e proteja os seus! Haja saúde!