Opinião

VIGILÂNCIA E MONITORIZAÇÃO ESPACIAL

1 -VIGILÂNCIA E MONITORIZAÇÃO ESPACIAL-Portugal formalizou a entrada no consórcio europeu para a vigilância e monitorização espacial, prevendo a instalação de um centro de operações na ilha Terceira em agosto do próximo ano. Este projeto europeu designado Space Surveilence and Tracking, mais uma das apostas estratégicas nos Açores, vai garantir uma capacidade própria de monotorização, caracterização e acompanhamento de objetos que, deslocando-se em órbitas próximas à terra, possam constituir um perigo real para as infraestruturas espaciais e para os cidadãos. O espaço está cada vez mais preenchido. Empresas como a SpaceX e a OneWeb planeiam lançar milhares de satélites, duplicando em 2027 o atual número de satélites em órbita. Só a OneWeb pretende lançar 900 satélites, e para dar uma ideia da dimensão importa referir que, hoje, a empresa Intelsat que opera o maior número de satélites de comunicações e queconta com 54 anos de existência, só lançou 59 satélites. O banco Morgan Stanley considera que a indústria espacial irá crescer de 350 milhões de dólares em 2016 para mais de 1.1 mil milhões em 2040. É claro que o crescimento de satélites em órbita acarreta preocupações que têm de ser tidas em conta, nomeadamente fragmentos, colisões, daí a importância do centro a instalar na Terceira. Em 2009, um satélite americano colidiu com um russo lançando mais de uma tonelada de fragmentos que giraram à volta do planeta a milhares de km/h. Soluções existem, como uma maior monitorização do espaço, recolhados satélites que já não funcionam e regulamentar como eliminar satélites velhos. Os Açores, Portugal, farão parte desta importante economia em desenvolvimento, a economia espacial, através de projetos como este centro de operações na ilha Terceira ou o Porto espacial na ilha de Santa Maria. Esta aposta no futuro, em projetos de futuro, é um sinal evidente da forma estratégica como Portugal tem olhado nestes últimos 3 anos para a sua, nossa,Região Autónoma dos Açores. 2 -AGRICULTURA- esta semana realizou-se mais uma audição do Ministro da Agricultura, Capoulas Santos.Na minha intervenção destaquei a importância da abertura de novos mercados para exportação dos produtos portugueses. Em 3 anos foram abertos mais de 52 mercados para cerca de 200 produtos portugueses. De facto, este é um trabalho extremamente importante dado que a viabilidade de muitos sectores passa por entrar em novos mercados, diversificando o risco e aumentando a competitividade das empresas. Outra importante aposta prende-se com a modernização e diversificação das empresas e temos assistido a uma aposta crescente na diferenciação,em que os Açores são também uma referência com projetos como o das Vacas Felizes, a criação do 1º queijo fresco probiótico do mundo, produzido por um grupo de investigadores da Universidade dos Açores, ou mesmo o mais recente projeto terceirense de produção de leite 100% biológico que entrará em comercialização no próximo ano. Mas além disso, as empresas açorianas apostam também, cada vez mais, na exportação, recordo a recente notícia de que a Terra Nostra irá exportar para o Golfo Pérsico, Itália e China. Apesar das dificuldades que ainda persistem, começamos a assistir uma mudança, uma viragem neste sector, e é importante continuarmos este percurso de aposta na diferenciação, na criação de valor e em novos mercados de exportação de forma a que se garanta um pagamento justo do preço do leite pago ao produtor. 3 - DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA- no dia 13 de dezembro de 2006 as Nações Unidas adotaram a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, um marco histórico na garantia e promoção dos direitos humanos e da igualdade de direitos e de oportunidades. A Convenção não só aboliu toda e qualquer prática discriminatória, como veio promover a integração e participação dos cidadãos portadores de deficiência na vida quotidiana, caminho este que Portugal tem vindo a trilhar, mas que está longe de estar concluído. A Assembleia assinalou a comemoração dos 12 anos da Convenção, reconhecendo o papel de todos quantos no dia-a-dia ajudam a garantir o respeito pelos direitos destes cidadãos e incentivando ao aprofundamento de estratégias de ação que garantam a plenitude do exercício desses mesmos direitos e liberdades fundamentais.