Opinião

Prole trumpista

O trumpismo “autorizou” o mundo a clonar pouco ilustres desconhecidos para liderar bravatas políticas. Em 2018, Tom Nichols chamou-lhe “A morte da competência”. Os faróis de liberdade da América e da Europa ficaram sujeitos ao “bioco de névoas” na aceção nemesiana. São ambientes propícios aos populismos atuais, que exilam a cultura, a ciência e outros peritos. A ilusão do conhecimento do especialista instantâneo, reduzido à tecla do computador, permite o crescimento do irracionalismo e das convicções, com opiniões inamovíveis em qualquer tema. Daqui à intolerância e ao caos é mínima a longinquidade. A fúria neoliberal e/ou o colapso de ditaduras destruíram valores originando democracias rancorosas. Pobreza, migrações, corrupção, insegurança, falência das áreas sociais tornaram-se terrenos férteis para todos os “messias” Bolsonaros. A falta de capacidade de julgar o bem e o mal, na versão de Arendt, renasce em “novos holocaustos”. Nesta década, exige-se uma democracia “armada” contra as proles trumpistas, sejam locais ou “lá de fora” …