Opinião

As taxas que sobem

Se há algo que as sociedades se têm habituado é o ouvir e ler dados sobre taxas. Abundam nas rádios, nos jornais e nos tweets das redes sociais. As taxas são úteis. Mas devem-no ser em qualquer circunstância, estando a sua análise no campo da opinião, mas o valor das mesmas são matéria de facto. 1 - Taxa de abandono escolar precoce. Nos Açores desde 1996 a redução desta taxa tem sido notável. Iniciamos este século com 57,3%. Em cada 100 jovens entre os 18 e 24 anos , 6 abandonavam a escola sem terminar o secundário. Em 2017 o valor registado foi de 27.8% , representando, pela primeira vez nos últimos 20 anos, um aumento. Aumento de 0,9%. Infelizmente, ainda, em cada 100 jovens 3 deixaram de estudar sem terminar o secundário. Estes jovens num determinado percurso da sua vida desistiram da escola. Esta é uma das razões pelas quais a intervenção precoce é tão importante. A partir do momento que uma criança entra na escola as diferenças sociais e culturais devem ser mitigadas pela sua presença em escola. Cerca de 3 jovens em cada 100 não terminaram o secundário, por ventura, também, por aliciamento precoce do mercado de trabalho, onde revigoraram as oportunidades, agora, fáceis, mas a longo prazo promotores de empregos precários e até de desemprego. O emprego pouco qualificado gera desvalorização salarial , tendo consequência na sustentabilidade da segurança social e no ciclo geracional da importância da escolarização e qualificação. A todos aqueles que conseguirmos que não abandonem o ensino sem qualquer qualificação é , também, conseguir que o nosso futuro não nos abandone, o mesmo é dizer, os serviços públicos, o serviço regional de saúde, serviço regional de educação e o sistema de pensões. 2 - Taxa de emprego. Nos últimos anos a taxa de emprego tem aumentado. Houve tempos em que as notícias eram precisamente o contrário. Hoje temos nos Açores menos de metade dos desempregados que existiam. A taxa de emprego passou dos 82% para os 91,7% .O emprego no último semestre de 2017 é o mais elevado desde 2008 e cresceu em todos os setores de atividade económica no último ano. Em 2017, o aumento do emprego e a diminuição do desemprego é acompanhada igualmente dum aumento da população ativa em 1,3% (mais 1.564 ativos). De acordo com o INE, verifica-se que a população empregada, no 4º trimestre de 2017, cresce em todos os setores de atividade relativamente ao mesmo trimestre do ano anterior (+17% no primário, +3,8% no secundário e +2% no terciário), o que comprova a retoma e o crescimento económico, que gera emprego e que deve ser acompanhado de valorização salarial. Nas taxas que sobem as escolhas dos opositores ao desenvolvimento dos Açores, são aquelas que, seletivamente, representam retrocesso. As que representam desenvolvimento e melhoria das condições de vida dos Açorianos nunca têm espaço para um referência positiva.