Opinião

A economia Açoriana cresce

Começo com 3 números importantes:1,50%, 14,2% e 2% Para quem não sabe são resultados recentes da evolução de indicadores sobre a economia, respetivamente, o índice de atividade económica na Região, o número de passageiros desembarcados nos Açores e o crescimento de toda a riqueza produzida na Região no ano de 2016. Sim, é um facto que estamos a crescer economicamente, - é indesmentível! – acima da média do nosso país, inclusive, (o PIB nacional, em 2016, cresceu 1,4%, enquanto nos Açores cresceu 2%) mas, mais importante do que isto, os números que apresento acima revelam uma tendência positiva que não é recente, mas sim, de recuperação sustentada nos últimos anos. Referi-me a estes indicadores que dão nota do estado positivo da economia Açoriana, mas poderia ter-me referido a muitos outros com evolução positiva, nomeadamente, turismo, criação de emprego, venda de eletricidade ou até de cimento. Os números não mentem e revelam que a economia Açoriana está melhor, mas isto não quer dizer que não tenhamos problemas sociais e económicos que não devam ser mencionados. Temos de ter esta atenção, os poderes eleitos têm de ter este cuidado, a economia Açoriana, apesar da recuperação, ainda está débil, a necessitar de mais emprego, da redução da precariedade laboral, da redução da pobreza e de mais investimento reprodutivo e inovador, público e privado, interno e externo. Um ano de Marcelo O primeiro ano de mandato presidencial do professor Marcelo Rebelo de Sousa foi extremamente positivo, talvez só comparável ao primeiro ano de mandato do Presidente Mário Soares em 1987. Estou à vontade em dizê-lo porque não votei no Presidente Marcelo, mas se as eleições fossem hoje e, reforço o “hoje”, provavelmente votaria. O Presidente Marcelo entendeu que a força do seu cargo, para além do ato eleitoral que o elegeu, decorre sobretudo, do sentimento que os portugueses têm sobre o exercício desta função, ou seja, da capacidade do Presidente da República em representar os seus anseios e tentar resolver os seus problemas. Ora, contrariamente ao seu antecessor, o Presidente Marcelo, percebeu que isto se consegue com afetividade (que me parece sincera) e proximidade com a população e com a vontade de efetivamente arbitrar e intervir, se necessário, na vida política executiva (relação entre Governo e oposição) sem preferências partidárias, nem crispação desnecessária. Dito isto, que me parece uma boa notícia, espero não me enganar sobre a minha avaliação nos próximos 4 anos. Más Notícias Já percebemos que a regulação bancária por natureza funciona mal e, em Portugal, é profundamente incompetente com graves prejuízos para as populações. A incúria dos reguladores, neste caso em particular do Banco de Portugal, na gestão dos casos BPP, BPN, BES e BANIF, foi tão danosa e não quantificável, que representa um desrespeito grave aos portugueses que fizeram enormes sacríficos durante a crise económica. Não falo apenas dos clientes, acionistas e investidores, que levados ao engano, perderam as poupanças de uma vida, - o que já de si é grave! Falo, também, do precioso dinheiro dos contribuintes, que teve de ser utilizado para salvar o sistema financeiro numa altura em que o país estava a “esmifrar” a classe média para obter uns míseros tostões para pagar à troika. Sim, não compreendemos como é que no período pré-resolução BES, saem milhares de milhões para paraísos fiscais sem que o fisco perceba, nem percebemos como é que os Salgados deste mundo continuam ricos. Mas esta irresponsabilidade do Banco de Portugal e, diga-se, também dos Governos é danosa financeiramente para todos, mas é, sobretudo, imoral e altamente prejudicial para a democracia, pois dá a sensação que o Estado é forte com os fracos e fraco com os fortes. Mais grave ainda, percebemos da enorme dificuldade que temos em prevenir que isto volte a acontecer. da minha esquina...