Opinião

A boa visita

A recente visita do primeiro-ministro aos Açores deixa atrás de si um rasto positivo. Houve quem não gostasse, o que é normal em democracia. Houve quem a visse pela luneta partidária apenas. Despeitados por estes anúncios caírem numa sopa que lhes cheira só a eleitoral. Nos Açores o Primeiro-Ministro anunciou a candidatura ao “Plano Juncker”para o porto da Praia da Vitória, a negociação com os Estados Unidos para usos alternativos da Base das Lajes, nas áreas da climatologia, da meteorologia, ou da oceanografia, a certificação da Base das Lajes como aeroporto para uso civil, e a sua flexibilização até lá, apoio técnico na descontaminação dos solos, promover a dinamização turística da ilha, a entrada das low-cost na Terceira, com duas novas rotas, duas rotações semanais do Porto e quatro a partir de Lisboa, a construção do novo estabelecimento prisional de Ponta Delgada, a criação de um Centro de Investigação Oceanográfica, na Horta, o reforço do envelope financeiro de fundos europeus para os Açores, para fazer face aos estragos provocados nos portos dos Açores pelas tempestades de 2015, acabar com o diferendo com a Região que a excluía das decisões sobre a gestão do mar, a extensão do POSEI para apoiar o setor leiteiro dos Açores, garantiu a manutenção do funcionamento do atual radar meteorológico de Santa Bárbara, e a instalação de um novo radar em S. Miguel. Para os Açores, que estiveram nos últimos quatro anos à míngua desta colaboração institucional, esta visita traz mais do que uma mão cheia de coisas boas. Metade delas já seria mais do que tivemos. Mas esta visita assegurou sobretudo uma nova atitude institucional para com os Açores, disponível para compreender os constrangimentos com que se debate, mas sobretudo solidária na procura de soluções. O Governo dos Açores é o mesmo, talvez o que tenha mudado seja o respeito do interlocutor com que agora se confronta.