Opinião

Congresso PS/A

O Congresso do PS/Açores reformou o funcionamento intrapartidário e a relação com a restante sociedade. A distância ideológica, a ocupação de cargos e o nível de participação são fatores explicativos da perceção da democracia interna dos partidos. A Moção de Orientação Global aponta caminhos para aumentar a penetração social do PS/Açores e para contrariar uma certa indiferenciação ideológica que pode atingir os partidos na atualidade. Esta Moção avança mesmo para inovações na seleção de candidatos e da própria liderança. Tal postura de alargamento da democracia interna reforça a credibilidade do PS/Açores junto das pessoas, o que pode resultar numa maior proximidade dos cidadãos ao partido. Os filiados e não filiados são o viveiro da futura elite dirigente, instrumentos de mobilização, refletem a cultura política do partido e dão indicações da adaptação à mudança de contexto ou às variações na opinião pública. A perda de influência dos filiados ao longo do tempo deve combater-se com crescente descentralização e uma maior inclusão dos militantes, impedindo-se o esvaziamento do poder dos militantes mais ativos e a sua atomização. A maior experiência de militância não deve significar mais descontentamento ou desajustamento ideológico, em termos organizacionais, da participação interna e defesa de divergências. Os que aderem por razões programáticas ou ideológicas, em detrimento das materiais ou processuais, defendem também mais ativamente uma maior democratização interna, independentemente de uma ameaça externa ou de uma decisão estratégica da liderança. Os que fazem política por profissão, exercendo cargos públicos ou partidários, compreendem que podem mais facilmente influenciar as decisões. Por isso, dirigentes próximos dos filiados e da sociedade gerem melhor os recursos, acertam coerentemente posições programáticas ou estratégicas e fazem pontes eficazes entre eleitores e governantes. A evolução da organização partidária não deve ser instrumental e estratégica nas reformas, senão corre o risco de ter poucos resultados no seu funcionamento interno. O PS/Açores já confere papel ativo dos simpatizantes nos Estatutos. Hoje, ao consignar novas formas de legitimidade representativa intrapartidária, promove a inclusão, a transparência e a participação. O PS/Açores sai deste Congresso, motivado, moderno e preparado para servir os Açores.