Opinião

A Batalha das Quotas

O Presidente do PSD-Açores continua a sua cruzada demagógica de tentar culpabilizar as autoridades regionais pelo fim das quotas leiteiras na União Europeia. Numa tentativa desesperada de atingir o Governo Regional, Duarte Freitas está a metralhar em todas as direções, atingindo inclusivamente as associações representativas daqueles que diz querer defender. O PSD-Açores está a recorrer a uma fórmula simplista para tratar um problema com enorme complexidade e com diversos responsáveis. Duarte Freitas centra o seu argumento numa tese fantasiosa: a União Europeia acabou o regime de quotas leiteiras por incúria dos socialistas e por sua vez o Governo Regional dos Açores não assegurou medidas que precavessem o cenário pós fim das quotas. Enquanto deputado regional e eurodeputado, Duarte Freitas é daqueles que já foi contra as quotas leiteiras – quando os produtores açorianos correram o risco de pagar multas por excesso de produção em 2002 – e a favor das quotas leiteiras - quando em 2007 era Eurodeputado. Freitas devia autoimpor a si próprio um regime de quotas que limitassem declarações demagógicas e incoerentes. Um político com o seu passado e com as suas responsabilidades atuais deveria ser dos primeiros a ter uma atitude construtiva e pedagógica. A regulação da produção leiteira na UE sendo da maior importância para os Açores não deixa de ser um problema europeu, complexo e difícil de solucionar. Infelizmente o que se assiste é a uma permanente tentativa do PSD-A em explorar a incerteza e a preocupação dos produtores de leite açorianos. Duarte Freitas rege-se por um cálculo eminentemente político-eleitoral. Neste como em outros assuntos, a melhor forma dos Açores obterem ganhos importantes passa por um alinhamento da posição do Governo da República com as reivindicações do Governo Regional. Algo que manifestamente faltou nos últimos quatro anos e que nunca mereceu qualquer reparo da parte de Duarte Freitas. A verdadeira batalha em torno das quotas leiteiras é nacional e europeia. A recriminação e a culpabilização das autoridades regionais em nada adianta para resolver o problema.