Opinião

O astrólogo oscilante

A taxa de desemprego nos Açores voltou a baixar. No primeiro trimestre deste ano verificou-se uma descida daquela taxa para 14,9%, diminuindo 3,1% no espaço de um ano, e de 0,6% relativamente ao trimestre anterior. A taxa de desemprego dos Açores deixou de ser a mais elevada do país, verificando-se um aumento da população empregada quer em termos homólogos, quer em termos trimestrais. No último ano foram mais 5.536 os açorianos que encontraram emprego. São sinais de esperança. A taxa de crescimento anual do emprego é, nos Açores, a mais elevada desde há treze anos. Há muito que não se verificava, deste modo, tão elevado ritmo de criação de emprego. Tal só significa que as políticas de fomento da empregabilidade e de aumento da competitividade empresarial implementadas pelo Governo Regional têm dado certo. Os mais recentes dados relativos ao emprego são motivo mais que suficiente para que reforcemos o acreditar nas potencialidades da economia dos Açores, das nossas empresas e sim, dos próprios Açorianos – que nunca desistem, nunca atiram a toalha ao chão. Num panorama em que fomos, neste início de ano, a única região do país que diminuiu a taxa de desemprego, resta-nos continuar a labutar por uma melhoria ainda mais reforçada destes números. São números que significam que há mais açorianos a trabalhar e que há uma direção correta que foi tomada a nível de políticas públicas de emprego. As reações aos mais recentes dados do INE relativos ao emprego não se fizeram esperar. Para variar, desta vez parece que ficou toda a gente feliz. Não se perceberia se assim não fosse. Não obstante, parece que há sempre quem queria diminuir aquilo que são motivos de gáudio mais que claros com afirmações que não se percebe muito bem qual o intuito. Então não é que o líder do PSD/A, em vez de se cingir à admissão de que os dados ora transmitidos são verdadeiramente positivos, acrescenta que, na discussão do plano e orçamento para 2015, ele próprio tinha sido o primeiro a dizer que tinha expectativas de que 2015 fosse melhor do que 2014. Duarte Freitas, munido da crença de que é autor de qualquer coisa (que não se percebe bem o quê nem qual o objetivo), corre para a linha da meta, abalroando tudo à sua passagem e teima, como já se tornou hábito, em levantar uma taça que não é sua. Então ficamos esclarecidos: no que respeita a previsões, Duarte Freitas é especialista – no que lhe convém – qual astrólogo de conveniência. Quando está certo, relembra que já sabia e que os dados não são novidade. Quando está errado, faz de conta que não disse nada. Se ao menos o líder social-democrata se cingisse a reconhecer o trabalho que tem sido feito e os bons resultados que daquele têm advindo, tal admissão só lhe ficaria bem. Mas não. Oscila consoante lhe parece melhor, uns dias está tudo bem, outros dias está tudo mal. Como desta vez não cairia bem se criticasse os números deste último inquérito relativo ao emprego, diz que os mesmos são bons mas não resiste a acrescentar um elemento de desvalorização, dizendo que já sabia e que, por esse motivo, não é nada de especial. Pois que diga isso aos mais de 5.500 açorianos que encontraram emprego. Pois o que me parece é que são as próprias afirmações do líder social-democrata que merecem desvalorização - os resultados verificados da implementação das políticas de emprego do Governo Regional falam por si e não precisam de astrólogos oscilantes que vagueiam ao saber daquilo que lhes convém.