Opinião

A saúde nos Açores

Temos um bom Serviço Regional de Saúde nos Açores. Esse facto deve-se ao enorme esforço de investimento no setor para a melhoria das condições infraestruturais e técnicas, meios humanos e facilitação de acesso aos serviços. Sem prejuízo da existência de problemas que não escamoteamos e que temos de acompanhar e resolver, o Serviço Regional de Saúde é hoje um dos principais pilares do nosso desenvolvimento social. Isso deve-se não só à opção política de defesa de um serviço de saúde público e de qualidade, mas também ao trabalho diário dos profissionais da área que, todos os dias contribuem positivamente para a consolidação desse pilar. Trata-se de um universo muito significativo e, por isso, muito complexo. É uma estrutura distribuída por nove ilhas, com 3 Hospitais, 9 Unidades de Saúde de Ilha, 16 Centros de Saúde e com cerca de 100 extensões. Se verificarmos os indicadores por ano encontramos números como 600.000 consultas, onde se incluem 350.000 consultas de especialidade, 3 milhões de análises ou 17.000 cirurgias. Numa análise aos últimos 5 anos, verificamos um aumento de 15% no número de médicos, de 12% no número de enfermeiros ou 19% no número de técnicos de diagnóstico e terapêutica, ao nível hospitalar. Em boa verdade, nunca se investiu tanto na Saúde. Para 2015, o Orçamento Regional reserva um valor de 291 Milhões de euros para o setor, mais 15 Milhões do que em 2014 e mais 81 Milhões quando comparado com 2011. A opção política do Partido Socialista sempre foi clara quanto ao Serviço Regional de Saúde. Garantir qualidade nos serviços prestados, a sustentabilidade do serviço e fácil acesso dos cidadãos. Mas num trabalho permanente que deve ser definido e implementado pelos Açorianos e não por outros. Recordamos que uma das propostas eleitorais do PSD nas últimas eleições regionais era “entregar a chave” do Serviço Regional de Saúde ao Governo da República de Pedro Passos Coelho. Imagine-se o que seriam as decisões sobre este serviço tomadas no Terreiro do Paço, com total insensibilidade e desconhecimento da nossa realidade? Muito trabalho foi feito, mas temos consciência que há imenso trabalho a fazer. Existem vários problemas no setor que tem de ser minimizados e resolvidos. Não escamoteamos os problemas, mas não compactuamos com campanhas alarmistas ao serviço de agendas partidárias inconsequentes ou de interesses instalados. Não fazemos tudo bem, nem somos donos da verdade. Há medidas bem aplicadas, com impactos positivos, mas haverá outras que carecem de afinamentos e de correções. É esse o trabalho que continuaremos a fazer, em nome de um princípio intocável para nós, a garantia de um serviço público de saúde de qualidade.