Opinião

A (não) pagadora de promessas

Mesmo correndo o risco de ouvir de novo as habituais críticas do PSD, relativamente às referências feitas por muitos articulistas e agentes políticos acerca do comportamento da ainda líder laranja, não podemos deixar passar em claro as contradições diárias com que Berta Cabral brinda os açorianos. Até os mais desatentos e desinteressados notam as contradições e incoerências do discurso laranja, protagonizado quer pela presidente do PSD quer por outras figuras de referência daquele partido. O título meramente de exemplo, Duarte Freitas, no âmbito das jornadas parlamentares laranja, alertou para que a campanha eleitoral não fosse pautada por promessas, pois a época não é propícia para tal. Os nossos ouvidos ainda se encontravam quentes com as palavras do líder parlamentar de Berta Cabral, quando a mesma senhora, em declarações à RTP, após uma visita à Escola Profissional do Nordeste, prometia que caso viesse – viesse, disse bem - a ser eleita presidente do governo, iria mandar ampliar aquele estabelecimento de ensino profissional. Tal promessa significa mais dois ou três milhões de euros e mais uma clara contradição com o advogado pelo seu eventual sucessor e provável futuro líder laranja, Duarte Freitas. Já agora e em tom de à parte, ficamos muito felizes ao saber que afinal as tão criticadas SCUT´s até bem servem a quem tanto as censurou. Agora, até os críticos e opositores daquele corajoso projeto se deslocam rápida e confortavelmente á que era considerada a décima ilha no tempo em que Berta Cabral era governante. Hoje, graças à obra do governo da Carlos César, vai-se ao Nordeste em menos tempo do que se gasta, em horas de ponta, da Matriz ao Calço da Furna de Cima… Ainda no que se refere a promessas, na ilha do Pico – terra de Duarte Freitas - e, segundo o afirmado no site do PSD e que transcrevemos com devida vénia: “A líder do PSD/Açores afirmou hoje que as “grandes prioridades” de um futuro governo social-democrata para o Pico são a construção da nova escola básica e secundária das Lajes, o reordenamento do porto comercial e as novas instalações da escola profissional da ilha, obras que o executivo socialista “nunca concretizou”. Muito bem! Para quem nada não promete…ou que apenas promete aquilo que cumpre, aí vão mais três promessas que envolvem largos milhões de euros. Quanto à acusação proferida ao executivo socialista, por obras não concretizadas, a líder do PSD, antes de atirar pedras aos telhados do vizinho deveria ter cuidado com os seus que, à vista desarmada, estão repletos de telhas partidas e rachadas! Falemos então de promessas não cumpridas: - Aonde para o prometido parque de estacionamento subterrâneo na avenida Infante D. Henrique que iria da Marina de Pero de Teive ao Campo de S. Francisco? Parou a meio e nunca mais se ouviu falar no recomeço da obra! Uma promessa cumprida pela metade! - Aonde para a central de camionagem que teve mais do que uma localização prometida para a Praça Vasco da Gama, para o Campo de S. Francisco e, finalmente para a rua de Lisboa no antigo ringue de hóquei em patins do Clube União Sportiva? Mais uma promessa não cumprida pela líder do PSD! Aonde para a piscina anunciada e prometida para o Parque Urbano de Ponta Delgada? Evaporou-se por entre o raquítico arvoredo e transformou-se num “club house” para gaudio de uma minoria de munícipes! Berta prometeu… Berta não cumpriu! Anunciado com pompa e circunstância o centro cultural da autoria de Óscar Niemeyer, que foi pretexto para excursões camarárias ao Brasil, continua apenas no papel e sem localização definida, que ao menos se saiba. Era para ser construído numa nesga de terreno na avenida marginal de S. Roque… já se ouviu falar que seria no parque Urbano…O que é facto é que lá prometido… foi! Cumprido?… Mais uma promessa da Dr.ª Berta que continua por cumprir! E vamos ficar por aqui, pois muitas mais existem e não vos queremos enfadar com um interminável rol de promessas que ficaram no papel ou que o vento levou à mais pequena aragem ou dificuldade surgida no caminho! De nada valem as palavras por mais piedosas e bem-intencionadas que sejam, quando os mais simples factos as desmentem. Ao rico não devas… ao pobre não prometas!