Opinião

A escolha entre o futuro e o passado

A velocidade do tempo atirou-nos para 2012 num ápice. Este será um ano que, ao nível político, será marcado por umas eleições legislativas que vão escolher uma nova Assembleia Legislativa e um novo Governo para os Açores. Dentro de aproximadamente oito meses, os açorianos serão chamados a eleger os seus representantes num sufrágio de onde sairá, também, um novo executivo regional que comandará os destinos dos Açores nos próximos quatro anos. Para já, há apenas uma certeza: A Região Autónoma dos Açores terá um novo Presidente do Governo em 2012, depois da decisão de Carlos César de não se recandidatar a novo mandato. A escolha será, assim, entre uma nova geração liderada por Vasco Cordeiro e o regresso aos anos 80 e 90 do século passado, através da líder do PSD/Açores. É bom lembrar que a Presidente do PSD/Açores fazia parte de um Governo que, em 1995, estava completamente esgotado e sufocado pela falta de ideias, levando ao Presidente da altura a abandonar os destinos da Região sem aviso prévio. Desde então até às eleições regionais de 2012, terão passado 17 anos. Quase duas décadas depois, a Presidente do PSD/Açores acha que, subitamente, pode ter o rasgo que já não tinha em 1995. Quase duas décadas depois, a Presidente do PSD/Açores está convencida que é a melhor do seu partido para liderar os Açores. Mas não é. Mesmo dentro do PSD/Açores reconheço que existem quadros mais jovens, mais dinâmicos e mais arejados que podiam dar seguimento àquilo que o PSD/Açores já foi, como se viu, recentemente, nas reacções de cá ao desentendimento interno com o PSD/Madeira. Pelos vistos, não lhes deixaram seguir o seu caminho. Umas eleições regionais em 2012, como os novos desafios que se colocam aos Açores, alguns mesmo muito difíceis de vencer, só teriam a ganhar com uma renovação de rostos adaptados aos novos tempos, mas com a experiência e o bom-senso necessários a estas tarefas. Foi este o entendimento do PS/Açores que escolheu, em 2011, o melhor dos seus quadros para enfrentar estes desafios do futuro. O PSD/Açores não quis seguir este caminho. Preferiu voltar ao passado e limitou a si mesmo a possibilidade de evoluir. Os Açores teriam muito mais ganhar numas eleições com caras renovadas. Os mesmos rostos de 1995 pouco acrescentam a quem está com os olhos e ambição no século XXI.