Opinião

Educação para Todos

Nós não somos melhores do que os outros, mas somos diferentes. Diferentes nos princípios que defendemos, nas prioridades que assumimos e no empenho que lhe dedicamos. Trabalhamos muito melhor do que muitos. Disso não há dúvida. Os Açores dispõem, hoje, de uma geração que, talvez pela primeira vez na História, não se sente isolada do mundo, mas, sim, como parte integrante de um mundo global, através do acesso às novas tecnologias. Este é o capital mais valioso dos Açores. Na Educação, como em várias outros sectores, o Governo Regional foi arrojado, competente e mesmo inovador ao nível do país. São vários os exemplos em que liderámos, como no caso dos estatutos, em que o resto do país veio aos Açores beber os princípios e replicar as soluções. Mas mais do que isso. Não segmentámos a Educação. O Ensino regular e o profissional não são, como já foram, antagónicos. Não são, como já foram, um para os bons alunos e o outro para quem não queria estudar. Recusámos estes estigmas, valorizámos o ensino profissional, descentralizando e elevando-o ao patamar que os jovens formandos merecem e ao qual responderam com competência e prémios nacionais e internacionais nos concursos mais exigentes das profissões. Valorizámos cada aluno como ele é. As escolas passaram a ser espaços de vivências múltiplas, quer ao nível dos conteúdos formais quer ao nível dos conteúdos informais que vão desde a prática desportiva às experiências artísticas, passando pelos ousados projectos de inovação e criatividade que têm granjeado prémios e reconhecimento nacional e internacional. Os exemplos são vários: a Escola Secundária de Lagoa, reconhecida recentemente como escola mentora pela Microsof; a parceria que a Escola Básica e Secundária de Vila do Porto tem com a ESA num projecto que consiste na construção de um mini satélite que representará Portugal em competição a realizar na Noruega; o aluno da Escola Vitorino Nemésio que ganhou 1 medalha de bronze ao representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Física e Informática na Tailândia, em Julho; a obtenção do 3º lugar no projecto nacional “Se eu fosse cientista” pela equipa CSI da Escola Secundária da Ribeira Grande em Maio. A Educação foi e é uma prioridade nos Açores, ao contrário do que acontece noutras paragens onde, ao abrigo do guarda-chuva da Crise e da Troika, os cortes são de tal ordem que só podem ser sinónimo de desorientação e falta de estima e cuidado para com a educação e o ensino público. Estamos, como de resto sempre estivemos, convictos de que a Educação nunca é uma despesa mas sim um investimento, assumido com orgulho pelos governos do PS/A. Há que registar, com agrado, que o (ainda) maior partido da oposição nos Açores está em plena sintonia com as políticas educativas implementadas pelos governos do PS/A. Essa presunção concretiza-se no facto de que nos 3 anos que agora esta legislatura perfaz, o PSD só apresentou um projecto de resolução na área da educação, ao recomendar um estudo sobre o bullying nas nossas escolas. Perante isto, é licito concluirmos que estrutural e operacionalmente estão inteiramente de acordo e mais, sem nenhum contributo que permita melhorias no sistema educativo regional. Mas é o mesmo PSD que no Governo da República, mal chegou ao poder, cortou a torto e a direito na Educação. Parou a requalificação do parque escolar, cortou drasticamente no número de professores mesmo que para isso esteja a equacionar a extinção de disciplinas, fusão de outras, diminuição de carga lectiva de outras ainda, fazendo um retrocesso que só encontra paralelo na reforma feita durante o Estado Novo, onde todos sabemos que relativamente à educação bastava saber ler e escrever. O PS/A coerente consigo próprio reitera o que afirmou no seu programa eleitoral de 2008: qualquer governação responsável terá necessariamente consciência de que os grandes problemas da educação serão sempre problemas sem uma solução definitiva: todas as vezes que se julga atingir o objectivo pretendido e anteriormente definido, novos desafios, que é necessário avaliar, enquadrar e definir como novos objectivos, se perfilam no horizonte. A realidade mudança é, também ela, determinante.