Opinião

Gerar e promover emprego jovem

A Juventude Socialista Açores realizou várias reuniões com o objectivo central da promoção do emprego jovem e dos apoios sociais a esta faixa etária. Reunimos com o Secretário Regional da Economia, com a Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social e com os Presidentes das Câmaras de Comércio dos Açores. O emprego jovem é um dos nossos maiores desígnios. Na vertente pública, através de estratégias de facilitação, de incentivo e de promoção de emprego para pessoas abaixo dos 35 anos e de combate e tolerância zero contra a precariedade laboral jovem e na vertente privada incentivando e majorando apoios para quem gera empregos nas suas empresas e para quem consegue criar o próprio emprego através da sua iniciativa. Acreditamos que temos dados passos importantes nos Açores no âmbito dos apoios aos jovens empresários e nos apoios sociais na área do emprego. Temos, hoje, um manancial de sistemas de incentivo e de programas de emprego e de transição para a vida activa com impacto significativo em muitos jovens. Na área dos incentivos a jovens empresários o Sider, o Empreende Jovem revisto recentemente ou o novo Sidart constituem-se como bons programas de incentivo que têm injectado vários milhões de euros na economia açoriana e criado e mantido muitos postos de trabalho. Na área do emprego os programas Estagiar, os programas Reactivar ou Valorizar, as diversas ofertas formativas na rede de Escolas Profissionais dos Açores ou a grande quantidade de jovens que está hoje em formação superior ou de grau elevado são bons programas que têm conseguido abrir novas perspectivas e novas oportunidades para muitos jovens açorianos. Mas se muito foi feito, é preciso fazer mais e melhor. Os Açores têm o grande desafio de conseguir que os jovens açorianos que estão hoje no exterior a estudar e a qualificar-se voltem para a Região, da mesma forma que deve garantir que os que estão hoje a estudar dentro dos Açores fiquem por cá e se fixem nas suas comunidades. Mas isso só acontecerá se existirem perspectivas de que o mercado laboral local absorve estes jovens qualificados. A crise e o orçamento de Estado para 2011 adivinham tempos difíceis e é fundamental que os Açores aproveitem a sua boa situação financeira para fazer um contraponto com as medidas nacionais, intensificando os apoios aos jovens. Este é o momento de algumas infra-estruturas menos importantes esperarem para recentrar os investimentos públicos nas pessoas, particularmente nos jovens. Associado a isso, apontamos alguns caminhos que poderão minimizar os danos da crise e, no médio prazo, garantir mais emprego e maior capacidade de resistir a constrangimentos externos como os que vivemos hoje. Na área do emprego jovem temos de nos concentrar em implementar estratégias de reconversão de jovens licenciados para outras áreas de maior empregabilidade, bem como garantir a adequação da oferta formativa quer nas áreas do ensino profissional, quer no ensino universitário, aproximando, cada vez mais, essas ofertas formativas ao contexto de trabalho e às necessidades da Região, quer na área dos bens transaccionáveis para o exterior quer na área dos bens que diminuirão as importações e não em apostar em áreas que são mais do mesmo e já estão com mercados saturados. Por outro lado, será importante divulgar de melhor forma os programas existentes, criando uma estratégia de comunicação eficaz e sessões públicas de esclarecimento que permitam que os potenciais empresários saibam onde dirigir-se e que passos devem dar, de forma clara. Julgamos importante, também, uma reavaliação do papel dos Gabinetes do Empreendedor e da resposta que terão de dar aos potenciais empresários, de acompanhamento e de facilitação, porque se as vias de comunicação estiverem bem definidas isso motiva o investidor, da mesma forma que temos de promover uma cultura menos burocrática e tecnocrata e garantir respostas rápidas e em tempo útil. Burocracia a mais é um elemento dissuasor de potenciais empresários. Os tempos são difíceis, mas não é tempo de resignações e os Açores, pelo caminho de rigor que construíram ao longo dos últimos anos podem criar condições para amenizar os efeitos negativos da conjuntura actual, apostando numa área crucial para o futuro, o emprego jovem.