O deputado socialista José Ávila denunciou hoje, no Parlamento dos Açores, que a proposta do Plano Regional para 2026 “não vislumbra nada de bom para a ilha Graciosa”, alertando para problemas que se acumulam há anos sem resposta do Governo Regional.
Na sua intervenção, o deputado destacou que a situação das estradas é preocupante, afirmando que “a ligação do Porto Comercial a Santa Cruz está intransitável” e que, no Guadalupe, “passa-se, mas com grande dificuldade devido às irregularidades do piso”.
José Ávila denunciou a má qualidade da água na ilha, lembrando que “os Graciosenses estão a pagar duas vezes a água em suas casas”, e criticou o atraso em projetos prometidos pela IROA desde 2021 para armazenamento de água de apoio à atividade agrícola. “A pegada da IROA na Graciosa é muito suave”, afirmou.
O deputado socialista alertou ainda para o estado crítico das pescas, denunciando que “não há verbas para a reparação dos pontões”, que as máquinas de gelo estão avariadas e lamentou também que se “acabe o apoio aos seguros dos pescadores”, fazendo ainda referência às “dificuldades graves” no transporte de mercadorias, que coloca em causa a competitividade de produtores e exportadores.
Na área da saúde, criticou tempos de espera longos, pese embora a presença de médicos pagos “a peso do ouro”, e denunciou que a Unidade de Saúde da Ilha está “incompleta há alguns meses”, com reduções de consultas em várias áreas e com a terapia ocupacional “a zeros em 2024”.
Na educação, José Ávila alertou para a falta de professores e denunciou que a situação da educação especial é “mesmo grave”. O deputado referiu ainda que as escolas continuam sem assistentes operacionais suficientes e que “as verbas destinadas a reparações escolares são irrisórias”.
O socialista criticou também o mau planeamento nos transportes marítimos, afirmando que, ao aumentar as escalas “sem navios suficientes”, o Governo prejudicou populações e operadores económicos.
José Ávila denunciou igualmente atrasos generalizados nos pagamentos públicos, prejudicando empreiteiros, jovens apoiados na habitação degradada, empresários, IPSS, clubes e associações.
“Exigimos respostas, soluções e respeito pela ilha Graciosa e pelos Graciosenses”, concluiu o deputado, exigindo que o Governo Regional deixe de normalizar estes problemas e assuma a responsabilidade política pelas falhas que afetam todos os setores da Graciosa.
Horta, 25 de novembro de 2025
