Orçamento para 2026 confirma a falta de respostas do Governo às necessidades da ilha de São Miguel, afirma Cristina Calisto

PS Açores - Há 2 horas

A deputada socialista Cristina Calisto afirmou hoje, no Parlamento dos Açores, que o Plano e Orçamento para 2026 confirma a falta de resposta do Governo Regional às necessidades da ilha de São Miguel, acusando o Executivo de adiar decisões estruturantes em áreas essenciais como educação, habitação, saúde, transportes e intervenção social.

Na sua intervenção, Cristina Calisto destacou a incapacidade do Governo em garantir respostas para as famílias, apontando “listas de espera enormes em creches e ATL” e uma crise habitacional que “exclui jovens e sufoca a classe média”. Segundo a deputada, nem mesmo os apoios ao arrendamento chegam a tempo de ajudar quem precisa: “É absurdo exigir que uma família espere oito ou nove meses por um apoio à renda.”

A deputada denunciou também o estado de degradação do parque escolar em São Miguel, referindo casos como o Liceu Antero de Quental, as Laranjeiras, o Fisher, Vila Franca, Ribeira Grande e Povoação, acusando o Governo de adiar decisões ano após ano e, por vezes, nem saber qual solução pretende implementar.

No plano social, Cristina Calisto classificou como “gritante” a falta de respostas face ao agravamento das dependências e problemas de inclusão, afirmando que o Governo “não está a montar uma rede de apoio à altura da urgência social que se sente na ilha”.

A deputada criticou ainda a estratégia de empurrar responsabilidades para as autarquias: “Depois da habitação, dos caminhos agrícolas e das IPSS, agora são as escolas e as respostas para as dependências. Isto não é parceria; é a demissão política deste Governo.”

Também as infraestruturas estratégicas continuam sem avanços, alertou a deputada. Cristina Calisto apontou a falta de decisões quanto ao futuro do Hospital de Ponta Delgada, ao porto e ao aeroporto, lembrando que as obras anunciadas para 2027 já foram adiadas para 2030 e denunciando a opção pelo hospital modular como uma solução “provisória que se arrisca a tornar definitiva por falta de planeamento.”

“Trata-se tão e somente de exigir que o Governo saiba ler a realidade de cada ilha e que assuma, com seriedade, a responsabilidade de governar”, concluiu Cristina Calisto, exigindo responsabilidade e visão política.

 

Horta, de 24 novembro de 2025