O deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, afirmou hoje, na Horta, que a postura do Governo Regional face aos fundos europeus “fragiliza, de forma séria, a posição dos Açores na negociação dos fundos do próximo período 2028–2034”, defendendo que a Região precisa de “ambição, estratégia e execução”.
Na sua intervenção, no âmbito da discussão das propostas de Plano e Orçamento para 2026, Vasco Cordeiro lembrou que os Açores, ainda negociados pelo Governo Regional do PS/Açores, dispõem de “mais de 3.200 milhões de euros de fundos europeus”, incluindo PRR, Next Generation EU e Açores 2030, mas que “a execução do Açores 2030 está nos 10%”, e que “à mesma distância do final do período, o Açores 2020 tinha uma taxa de execução superior a 40%”.
Segundo o socialista, “a dois anos do final deste período de programação, o Governo numa postura de lamentável de passa-culpas, lança concursos públicos à última da hora para depois poder dizer que a culpa da não execução é das empresas e não sua”.
Vasco Cordeiro acusou o Governo de “chegar tarde” e lembrou que o cargo de diretor regional dos Assuntos Europeus “demorou mais de seis meses a ser preenchido”. Para o socialista, “isto não é apenas desorganização – é degradação institucional num momento crítico”.
O parlamentar destacou também que o Governo continua a “alimentar a ideia de que é possível executar em oito meses o que não foi capaz de executar em quatro anos”, sublinhando que tal expectativa não é realista e fragiliza a posição da Região na negociação do próximo quadro europeu.
Sobre as Comunidades, Vasco Cordeiro lamentou que o Governo “abandone o futuro da relação entre a Região e as nossas Comunidades”, afirmando que “celebrar o passado é importante, mas é inaceitável não cuidar do futuro”.
Vasco Cordeiro concluiu que “os Açores precisam de ambição, estratégia e execução” e que o Governo Regional fragiliza a Região na entrada do novo ciclo europeu.
Horta, 24 de novembro de 2025