O deputado socialista Lubélio Mendonça defendeu hoje, na Assembleia Legislativa Regional, que o Plano e Orçamento para 2026 representa “mais uma oportunidade perdida” para a ilha do Corvo, alertando que as promessas feitas pelo Governo Regional continuam sem execução, comprometendo a mobilidade, o investimento público, a habitação e o futuro económico da ilha mais pequena dos Açores.
Segundo o deputado, o Governo “promete, anuncia, volta a prometer e não executa”, sublinhando que obras essenciais continuam por arrancar, incluindo a requalificação da aerogare, o novo quartel de bombeiros, a gare marítima, projetos de habitação e intervenções estruturais como a estrada do Caldeirão e os miradouros.
Lubélio Mendonça destacou ainda os graves constrangimentos na mobilidade aérea, denunciando que falhas constantes na operação da SATA Air Açores têm causado perdas económicas e contribuído para o isolamento da ilha.
“Durante os últimos anos, o Corvo esteve isolado por diversas vezes – não por razões meteorológicas, mas por falhas técnicas sucessivas nas aeronaves. Isto é inaceitável, esta situação repete-se, ano após ano, sem que o Governo apresente soluções concretas”, denunciou.
Para Lubélio Mendonça, “o isolamento do Corvo não é um acidente, é o resultado direto da inação e da falta de respeito por quem ali vive e trabalha é o exemplo mais visível de uma política de faz-de-conta, onde se anuncia muito e se faz pouco ou nada”.
A falta de habitação para profissionais deslocados, incluindo professores e trabalhadores do setor privado, foi outro ponto crítico. O deputado lembrou que o Governo anunciou investimentos em alojamento docente em 2021, mas “nada foi feito”, alertando que a ausência de casas está a afastar profissionais e a comprometer a fixação de jovens casais e trabalhadores fundamentais para o desenvolvimento local.
Para o deputado, estas falhas têm consequências económicas diretas: “Como pode uma empresa prosperar no Corvo se não consegue garantir escoamento de produtos, se não há mão-de-obra porque não há habitação, e se vive permanentemente sob a ameaça do isolamento? Esta realidade é insustentável.”
Lubélio Mendonça questionou o Executivo Açoriano e desafiou-o a responder questões concretas, como a construção da nova aerogare, o novo quartel de bombeiros e soluções para os constrangimentos aéreos, bem como quando será uma realidade a habitação para profissionais das diversas áreas e jovens casais, acrescentando que se não têm resposta, tenham pelo menos a coragem de o admitir”.
“O Partido Socialista dos Açores exige soluções: investimento público real e calendarizado; gestão orçamental rigorosa e transparente; plano de reequilíbrio financeiro; execução efetiva dos fundos comunitários em todas as ilhas sem exceção e aposta séria na coesão territorial”, concluiu.
Horta, 24 de novembro de 2025
