“A governação de Bolieiro deixou a Região mais endividada, em dependência crónica e à beira da austeridade”, afirma Carlos Silva

PS Açores - Há 3 horas

O Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Carlos Silva afirmou hoje, na Horta, que o Plano e Orçamento da Região para 2026 (PO 2026) confirma “o maior ciclo de endividamento, desequilíbrio e dependência externa das últimas décadas”, responsabilizando a governação de José Manuel Bolieiro por ter conduzido os Açores a uma situação de “risco real de austeridade e perda de autonomia financeira”.

Intervindo no debate que se iniciou hoje na Assembleia Legislativa Regional sobre as propostas de PO 2026, Carlos Silva sublinhou que este é o sexto orçamento da coligação e o último com expressão significativa do PRR, mas “em vez de visão estratégica, o Governo apresenta cortes, contradições e gestão do dia-a-dia à custa de dívida”.

Recordando que, em 2020, o Governo prometeu “pagar o que se deve” e “não gastar mais do que se tem”, o deputado acusou o Executivo de fazer precisamente o oposto. “Passados cinco anos, o Governo gasta irresponsavelmente o que não tem, recusa pagar o que deve e empurra as consequências para o futuro.”

Carlos Silva alertou que a governação atual já conduziu a Região a um buraco financeiro de 1.400 milhões de euros, deixando os Açores “sem margem de manobra, sem capacidade de decisão e financeiramente esgotados”, e sublinhou que “mesmo com este endividamento histórico, o Governo não entrega resultados nem paga apoios a tempo”.

O deputado apontou ainda riscos graves para a economia e mobilidade regional, afirmando que os Açores enfrentam “uma autêntica tempestade”, com ameaças à presença da Ryanair e com a situação da Azores Airlines, “sem plano definido”, criticando o silêncio do Governo e a ausência de uma estratégia para o setor.

Sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Carlos Silva acusou o Governo de desperdiçar uma oportunidade histórica de transformação estrutural. “Utilizaram verbas extraordinárias para despesa corrente. Criaram dependência em vez de resiliência e deixaram metade da execução para o último ano.”

O socialista questionou ainda como serão financiados, após o término do PRR, programas que dependem de fundos extraordinários, como manuais digitais, novos idosos, digitalização da saúde e da economia, habitação ou manutenção de novas infraestruturas, uma vez que “não existe plano” para a sua continuidade.

Carlos Silva finalizou afirmando que os Açores chegarão a 2026 “mais endividados, mais dependentes, mais desiguais e menos capazes de responder aos desafios da próxima década”, afirmando que o Governo perdeu rumo e ambição.

“Com José Manuel Bolieiro no Governo, a Região ficou mais endividada, em dependência crónica e à beira da austeridade”, concluiu.

 

 Horta, 23 de novembro de 2025