Atrasos e redução dos apoios à exportação são mais um obstáculo para as empresas regionais, afirma PS/Açores

PS Açores - Há 3 horas

O Grupo Parlamentar do PS/Açores evidenciou o sentimento de preocupação e incerteza vivido pelas empresas face aos atrasos e redução dos apoios à exportação e ao aumento das taxas sobre o transporte, como por exemplo, para as empresas que dependem da valorização externa do pescado.

O Vice-Presidente do GPPS, Carlos Silva, alertou que a intenção do Governo Regional de reduzir o programa de apoio à exportação representa “um golpe para a economia dos Açores e um retrocesso do fomento das exportações”.

Segundo o socialista, a esta decisão soma-se o atraso de quase nove meses no pagamento dos apoios referentes a 2024, “situação que fragiliza a tesouraria das empresas e compromete a sua competitividade”.

Em visita à empresa Lurdes Narciso – Comércio de Produtos Alimentares, Importação e Exportação, Lda., no âmbito das Jornadas Parlamentares em São Miguel, Carlos Silva sublinhou que “o Governo de José Manuel Bolieiro tem sido um obstáculo ao aumento das exportações”, penalizando empresas que geram riqueza, postos de trabalho e promoção internacional dos produtos açorianos.

Segundo o socialista, o Executivo liderado por Bolieiro quer eliminar uma ação de apoio à exportação no valor de sete milhões de euros, prevista para 2025, o que demonstra “falta de visão económica e total desconsideração pelo setor”.

O parlamentar sublinhou que esta decisão se soma ao abrandamento da economia regional, fortemente influenciado pela quebra nas exportações. “É preocupante que, perante o abrandamento da economia, em grande parte pela quebra nas exportações, o Governo faça o contrário do que deveria fazer. Em vez de estimular e apoiar as exportações, o Governo ou não paga ou corta nos apoios”, afirmou.

O socialista a recordou que as empresas de comercialização enfrentam custos acrescidos com as taxas de transporte praticadas pela SATA, defendendo que “o Governo Regional deve estudar uma solução, parecida à Tarifa Açores, mas dedicada à carga, por forma a assumir estes encargos para permitir que os produtos açorianos cheguem aos mercados externos em condições competitivas”.

“Não basta dizer que se apoia o setor, é preciso agir e assumir os custos que hoje penalizam as exportações açorianas”, afirmou, alertando para o impacto cumulativo destas decisões na sustentabilidade das empresas.

Carlos Silva reforçou ainda que as empresas ligadas à comercialização de pescado também devem estar abrangidas pelas compensações previstas no plano de reestruturação das pescas, já que serão diretamente afetadas pela quebra na sua atividade.

“Não podemos aceitar que o Governo imponha restrições sem garantir apoios adequados a toda a cadeia de valor do setor das pescas”, concluiu o socialista, acrescentando que o PS/Açores defende “soluções que protejam a competitividade da economia regional e que respondam às necessidades reais das empresas e dos trabalhadores açorianos”.

 

Lagoa, 12 de novembro de 2025