 
            O líder do PS Açores e deputado à Assembleia da República, Francisco César, destacou esta quinta-feira o trabalho que o Partido Socialista está a desenvolver no âmbito do Orçamento do Estado para 2026, sublinhando a necessidade de “rever o modelo de transportes marítimos e a de haver um avião cargueiro exclusivamente dedicado à ligação entre o continente e os Açores”.
“Há necessidade de rever o atual modelo de transportes marítimos e o Orçamento do Estado pode obrigar o Governo da República a estudar e a lançar obrigações de serviço público marítimas de carga para os Açores”, afirmou Francisco César, à margem de uma reunião com o Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), depois de um dia de reuniões com parceiros sociais.
“Além disso, é urgente um cargueiro aéreo exclusivamente dedicado à ligação com o continente. Com isso podemos resolver problemas de exportação de pescado, problemas relacionados com o correio e com o serviço público que não está a ser concretizado”, acrescentou socialista.
Na ocasião, Francisco César afirmou que “este Orçamento de Estado traz um conjunto de recursos momentâneos para a Região Autónoma dos Açores que permitem que o Governo Regional e o seu Orçamento consigam sobreviver mais um ano. Mas há um conjunto de áreas que não podem continuar a ser esquecidas”.
Entre essas áreas, destacou a agricultura, as pescas e as infraestruturas estratégicas:
“Na agricultura, há ajudas que estavam prometidas e que não foram pagas e que merecem atenção. Na área das pescas, há necessidade de concretizar um conjunto de apoios comunitários e de se trabalhar no sentido de que os pescadores possam ter um conjunto de isenções na área da Segurança Social.”
O líder socialista recordou também que “o cabo submarino interilhas, uma infraestrutura essencial para a coesão e modernização da Região, não está previsto no Orçamento”, reforçando que “estes recursos são fundamentais e não podem ser esquecidos”.
Sobre o Plano de Investimentos e Orçamento da Região, Francisco César foi claro:
“É sempre o maior Plano de Investimento, mas com a menor execução de sempre. O Governo deve praticamente tudo a toda a gente e não consegue concretizar aquilo que está previsto. Promete sempre 100 e acaba por realizar 10”.
“Isto quer dizer que é o maior Plano de ponto de vista dos números, mas, infelizmente, acaba por ser um Plano sem capacidade e sem confiança naquilo que tem a ver com a capacidade de investimento”, sublinhou.
Francisco César concluiu garantindo que o PS tem tido uma postura muito clara sobre esta matéria: “Este Governo não tem desculpas para não resolver os problemas que ele próprio criou. Não é por causa do PS. Ninguém quer eleições antecipadas, nem o Partido Socialista. Os mandatos devem ser cumpridos, e nós trabalharemos para que assim seja. O Governo tem de assumir em plenitude as suas responsabilidades. Nós cá estaremos para fazer oposição naquilo que estiver mal feito, para ajudar a construir o que for necessário para a Região e para planear o futuro e construir uma verdadeira alternativa de Governo para os Açores”.