O líder do PS Açores, Francisco César, apelou esta segunda-feira ao Primeiro-ministro para que proteja os 420 trabalhadores portugueses da Base das Lajes e adiante os salários em falta, à semelhança do que já fizeram outros países europeus com trabalhadores em situações idênticas.
“Os trabalhadores portugueses da Base das Lajes, cujo trabalho resulta de um acordo entre Portugal e os Estados Unidos, pela segunda vez não receberam o salário que lhes é devido por causa da não aprovação do orçamento americano e já sabem, inclusive, que o próximo, no início do mês de novembro, não lhes será pago”, alertou Francisco César.
O deputado socialista à Assembleia da República, que intervinha no âmbito da apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2026, sublinhou a injustiça da situação destes trabalhadores, que, apesar de estarem sem rendimentos, não têm direito a greve nem podem faltar ao trabalho, defendendo, por isso, uma necessária intervenção do Governo português.
“O Governo alemão, perante o mesmo problema, protegeu os seus cidadãos e adiantou os salários. O Governo espanhol também protegeu os seus cidadãos e chegou a acordo com a administração americana. Sabendo que esta solução é neutra para o Orçamento, o que pedimos é que Portugal faça o mesmo, que proteja estas 420 famílias e adiante os salários enquanto o bloqueio se mantiver”, defendeu.
Na ocasião, Francisco César voltou ainda a questionar o Primeiro-ministro sobre o incumprimento da promessa de baixar em dois anos a idade de reforma nos Açores, compromisso assumido no manifesto eleitoral da coligação e agora ausente da proposta de Orçamento de Estado.
“A coligação PSD-CDS prometeu, nas últimas eleições legislativas nacionais, baixar a idade de reforma exclusivamente para os Açores em dois anos. Analisando o Orçamento, não há qualquer menção a essa promessa, nem ao seu impacto financeiro. Gostava que o Governo respondesse claramente: mudou de ideias? Afinal é contra esta proposta?”, questionou Francisco César.
O Presidente do PS Açores concluiu sublinhando que a falta de cumprimento das promessas eleitorais fragiliza a confiança dos açorianos no atual Governo.
“Se o Governo de coligação não for capaz de cumprir as promessas que colocou no papel e enviou para todas as casas dos Açores, qual é a credibilidade de todas as promessas deste Orçamento?”, interrogou o líder socialista, Francisco César.